Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Após boom, matrículas de jovens e adultos caem

Entre 1997 e 2006, houve quase 70% de aumento de alunos nos cursos

Apesar de avanço na escolaridade, qualidade da educação brasileira ainda deixa a desejar, segundo especialistas

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

A busca por maior escolaridade entre brasileiros com mais de 30 anos levou a uma explosão nas matrículas do programa de EJA (Educação de Jovens e Adultos), antigo supletivo.

Entre 1997 e 2006, houve um aumento de quase 70% na quantidade de alunos nos cursos presenciais. Desde então, no entanto, o número de matrículas vem recuando, embora permaneça em nível maior do que em meados da década de 1990.

Isso também se refletiu na evolução da quantidade de adultos estudando.

A fatia dos brasileiros com idade entre 30 e 64 anos na educação básica ou nas universidades atingiu um pico de 5% entre 2003 e 2005.

Esse percentual recuou para 3,4% em 2012, mas permaneceu em nível superior ao 1,5% registrado em 1992.

Segundo Macaé Evaristo, secretária do MEC responsável pela área de educação continuada, os desafios para continuar atraindo adultos para as salas de aula atualmente são maiores.

"À medida que aumenta a escolaridade, também aumenta a complexidade da ação", afirma.

Isso porque o acesso à escola dos adultos que continuaram analfabetos ou sem o ensino fundamental é, normalmente, mais difícil.

Ela cita os casos de municípios com população pequena, mas ampla extensão territorial onde o percentual de iletrados é ainda grande.

"Essas pessoas estão dispersas em territórios relativamente grandes."

Macaé menciona também a necessidade de conseguir professores qualificados para atuar em pequenas comunidades rurais.

Relatório do MEC relativo à educação básica ressalta que as matrículas nos cursos presenciais e semipresenciais do EJA atingiram 3,9 milhões em 2012, com recuo de 3,4% em relação a 2011.

A publicação ressalta que, segundo o IBGE, a população brasileira com mais de 18 anos que não tinha o ensino fundamental completo e não frequentava a escola era de 56,2 milhões em 2011.

"Os números são contundentes, ou seja, o atendimento à EJA é muito aquém do que poderia ser", afirma o texto.

FALTA QUALIDADE

Apesar do número alto de adultos iletrados, especialistas afirmam que o avanço da escolaridade nessa faixa etária nos últimos anos tem sido positivo para a economia.

"O aumento da escolaridade contribui para uma maior produtividade da mão de obra", afirma Naercio Menezes Filho, do Insper.

Ele ressalta, no entanto, que a qualidade da educação --outro fator importante para aumentar a eficiência dos trabalhadores-- ainda precisa avançar muito.

Os resultados recém-divulgados do Pisa, teste internacional que mede o desempenho de alunos, indicam avanços na qualidade da educação do Brasil, mas retratam um nível ainda baixo se comparado a outras nações.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página