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Foco

Protesto de sem-teto surpreende visitantes da Paulista natalina

EDUARDO GERAQUE MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

O clima era natalino, flocos de neve voavam em uma das esquinas da avenida Paulista. Perto da passarela montada pela prefeitura, ontem à noite, Frank Sinatra ecoava das caixas de som.

Mas, pera aí, o que é aquilo? O lado lúdico do Natal, imediatamente, recebia um tremendo choque.

Um grupo de 120 pessoas fechou por uma hora e meia trechos da avenida para bater bumbo, cantar cirandas de protesto e cobrar um "Natal sem Despejo".

"São quase 2.000 famílias que estão lutando para poder ficar onde elas estão, em três áreas do Grajaú", afirma Carolina Moura, educadora, uma das moradoras do próprio Grajaú que foi para a rua.

As famílias que vivem em áreas privadas estão prestes a serem despejadas. Um grupo, que está em local público, ainda negocia.

Se de um lado, alguns criticaram a escolha da Paulista como palco do protesto, a maioria até apoiou a presença dos representantes do Grajaú, na zona sul da cidade.

Um grupo de jovens que protestava contra o consumismo do Natal, dizendo que o Papai Noel presenteia os ricos, enquanto "cospe" nos pobres, engrossou a marcha por moradia.

Do lado de fora, os espectadores da decoração natalina que entendiam a causa do protesto não perderam a chance de filosofar.

"O rico fica no [Palácio do]Planalto, o pobre no Grajaú. É um jogo de luz natalina e sombra", disse Claudio Silva, editor de livros.

A passeata ainda teve um efeito colateral importante.

Quando ela passava, as pessoas que se espremiam nas calçadas para ver as luzes de Natal rapidamente corriam para a rua, também fechando a avenida.

A Polícia Militar, que acompanhava a passeata, demorava bastante para retirar as pessoas que não estavam no protesto da rua para deleite da maioria dos visitantes.

Assim, sem os carros, muitos ângulos novos puderam ser aproveitados pelos fotógrafos amadores.


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