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Antônio Gonçalves Caneiro (1936-2013)

Professor apaixonado pelo jazz

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Na década de 1960, Antônio, filho de um caixeiro viajante português, já havia desistido de um curso de direito da USP e de um curso de administração.

Largou profissões que lhe prometiam um bom salário em nome de sua vocação: dar aulas de português.

Começou a cursar letras na USP e, no último ano da faculdade, especializou-se em línguas neolatinas na França. A grande frustração de sua viagem à Europa foi a de não ter 50 dólares para atravessar o canal da Mancha e assistir a uma apresentação dos Beatles na Inglaterra.

De volta ao Brasil, lecionou durante anos, até que uma deficiência auditiva congênita o afastou das salas de aula, pois não conseguia mais escutar seus próprios alunos. Passou então a trabalhar com administração de colégios e em secretarias de ensino.

A deficiência se agravou até que ele tivesse apenas 50% da audição de apenas um dos ouvidos. Desde então, guardou seus discos de jazz prediletos, já inúteis.

Quando cantarolava pelo quintal uma música de Louis Armstrong, Sinatra ou o clássico francês "C'est si bon", o fazia de memória, pelo que havia escutado na juventude.

Antônio foi durante mais de três décadas leitor diário da Folha. Ler o jornal enquanto preparava o seu café era a sua rotina matinal. Costumava separar matérias que pudessem interessar à mulher Marilene e aos três filhos.

Foi atropelado aos 77 anos, no último dia 10, em São Paulo, a dois quarteirões de casa. A família realizará uma missa de um mês no dia 12 de janeiro, na paróquia São José do Belém, às 19h.

coluna.obituario@uol.com.br


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