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Sem água, turista antecipa volta do litoral de São Paulo

FOLHA VERÃO Desabastecimento dura até 8 dias em cidades como o Guarujá

RAFAEL FOLTRAM MOACYR LOPES JUNIOR ENVIADOS ESPECIAIS AO LITORAL NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO

A falta de água, problema crônico no verão, ganhou proporções ainda maiores nesta temporada em cidades do litoral de São Paulo.

Pontos de cidades como o Guarujá já estão há oito dias com as torneiras secas. Sem água, muitos turistas anteciparam a volta do litoral.

O problema, que começou no dia 28 e se agravou após o Ano-Novo, atinge também Santos, Bertioga, Praia Grande, São Vicente, Itanhaém, São Sebastião e Ilhabela, segundo as prefeituras.

A estudante Bruna Capuchim, 19, alugou uma casa com amigos próxima à praia de Enseada, no Guarujá, no dia 28. Só tiveram água regularmente no primeiro dia.

"A gente chega da praia cheia de areia e não tem nem um chuveiro pro banho, tem que ser na canequinha", diz ela, referindo-se a uma única torneira que ainda recebe pequenas quantidades de água da rua --com interrupções.

O grupo, de 18 pessoas, reveza a canequinha. Eles pagaram R$ 8.600 pelo aluguel de temporada e já decidiram que pedirão desconto ao proprietário. Seis deles desistiram e anteciparam a volta.

"Nos dois últimos dias, a situação se tornou crítica. Impossível ficar aqui", disse o diretor artístico Eliabe Moreira, 43, dono de um apartamento na Enseada.

Ele disse que, após o "traumático início do ano", decidiu antecipar o retorno e pretende vender o apartamento, cujo IPTU é de R$ 2.800.

O problema afeta também quem depende da água para trabalhar. Desabastecido desde o Natal, Arão Medeiros, dono de um quiosque no Guarujá, precisou comprar 200 caixas de garrafas de água mineral para manter o estabelecimento aberto.

Houve até quem fosse à praia somente para tomar banho nas duchas mantidas pela prefeitura na orla, que usam água do mar.

O município deu um ultimato à Sabesp na sexta-feira: a empresa teria 24 horas para resolver o problema ou apresentar medidas alternativas. Do contrário, afirma que irá acionar a Justiça.

Segundo a administração local, o problema ocorre mesmo após a inauguração de uma nova estação de tratamento de água no município, no último dia 27.

Segundo o coordenador regional do Procon na Baixada Santista, Alexandre Cardoso, a empresa pode ser multada --os valores variam entre R$ 600 e R$ 6 milhões. O órgão também estuda pedir um abatimento na conta de água.

A Sabesp afirma que a situação já começou a ser normalizada e que a falta de abastecimento ocorre em pontos isolados.

Diz ainda que o problema ocorreu devido ao calor, à falta de chuvas e ao fato de que os turistas permaneceram mais tempo na região.


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