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'Estou chocada', diz Roseana sobre mortes em presídio

Governadora do Maranhão afirma que situação em Pedrinhas é 'inexplicável' e nega omissão diante de crise

Ontem em São Luís, ministro da Justiça anunciou comitê para definir medidas para conter criminalidade

JULIANA COISSI ENVIADA ESPECIAL A SÃO LUÍS (MA)

Em meio à crise mais grave na segurança pública em sua gestão, a governadora Roseana Sarney (PMDB) se disse ontem "chocada" pela violência no maior complexo prisional do Maranhão.

Em entrevista ao lado do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), que foi a São Luís discutir medidas de controle da criminalidade, Roseana classificou como "algo inexplicável" o número de mortes (62) registrado desde 2013 no presídio de Pedrinhas, na periferia da cidade.

"O que aconteceu lá é algo inexplicável. Estou até agora chocada, porque o que existe são brigas de facções. E elas são muito violentas. Acaba havendo problemas de morte no presídio", disse.

Conforme a Folha mostrou ontem, o complexo de Pedrinhas respondeu por cerca de 30% das mortes violentas registradas em presídios do país no ano passado.

Segundo a governadora, as mortes no local aumentaram no segundo semestre.

"Até setembro, Pedrinhas tinha 39 mortes. Em 2012, tinha quatro mortes. Então, até setembro, 39 estava dentro do limite que se esperava."

O conjunto de cadeias é o pivô da crise na segurança no Estado. De lá, diz o governo maranhense, partiram ordens para ataques a ônibus e delegacias na semana passada --quatro pessoas se feriram e uma criança morreu.

Os atentados, na avaliação da gestão, foram uma reação ao reforço da segurança no complexo, ocupado desde o fim do ano pelo choque da PM e pela Força Nacional.

A governadora negou omissão diante da situação e disse que a violência está concentrada em uma das oito cadeias do complexo. Também relacionou os problemas ao avanço do crack.

IRRITAÇÃO

Roseana se irritou na entrevista diante de uma pergunta sobre a família Sarney.

Interrompeu uma pergunta da Folha ao ministro da Justiça sobre o silêncio da presidente Dilma Rousseff (PT) diante das mortes de presos no Estado e se essa atitude teria relação com a aliança política do Planalto com o PMDB e a família Sarney.

"Quero dizer uma coisa a vocês: isso não existe como família. Eu sou a governadora, eu sou Roseana Sarney. [...] Se vocês tiverem de penalizar alguém, eu sou a responsável", declarou.

MEDIDAS

Roseana e Cardozo anunciaram a criação de um comitê de órgãos estaduais e federais para conter a crise no sistema penitenciário local.

Sem apresentar números e prazos, disseram que esse comitê, comandado pela governadora, buscará um plano uniforme para controlar a violência nas prisões.

Foram também citadas ações como a transferência de presos para presídios federais e mutirões da Defensoria Pública para acelerar a análise de processos.

"Já adotamos essas medidas em outros Estados, e na avaliação do Ministério da Justiça, foram extremamente positivas", afirmou Cardozo.

Roseana voltou a dizer que o Estado investirá um total de R$ 131 milhões para reaparelhar o sistema prisional.

A medida, segundo o governo, vai possibilitar a criação de 2.800 vagas em presídios até dezembro, eliminado o deficit carcerário.


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