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Em 3 h, atiradores matam 12 em Campinas

Polícia de São Paulo investiga se ataques, todos na mesma região, foram retaliação a morte de PM durante assalto

Todas as vítimas eram homens de 17 a 30 anos e estavam desarmadas; em protesto, moradores queimaram ônibus

REYNALDO TUROLLO JR. MOACYR LOPES JUNIOR ENVIADOS ESPECIAIS A CAMPINAS ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO

Uma série de ataques de homens armados, realizada em um intervalo de menos de três horas, deixou 12 mortos da noite de domingo à madrugada de ontem em Campinas, a 93 km de São Paulo.

Os assassinatos ocorreram na região de Ouro Verde, periferia da zona oeste, onde horas antes um policial militar (em horário de folga) foi morto ao reagir a um assalto a um posto de combustível.

A principal linha de investigação da Polícia Civil é ter havido uma represália de amigos do PM, mas os investigadores dizem não descartar outras hipóteses, como briga entre gangues rivais.

Moradores e familiares de vítimas ouvidos pela reportagem acreditam não ter dúvida da ação de um grupo de extermínio formado por policiais e prometem vingança. O cunhado de um dos mortos dizia no velório que a região "declarou guerra" contra a PM.

De manhã, moradores da região fecharam um terminal, atearam fogo em três ônibus e depredaram outros cinco e um carro. Também enfrentaram a PM. Jornalistas foram recebidos com pedras e gritos de "Fora, não queremos imprensa!".

Com medo de mais mortes, moradores da região dos crimes se trancaram em casa.

Os mortos, todos homens, tinham entre 17 e 30 anos e receberam disparos nas costas e na cabeças. Não portavam armas. Segundo testemunhas, estavam na rua ou sentadas na calçada quando foram atingidos por homens de carro. Parte dos criminosos estava encapuzada.

Seis da vítimas já tinham passagem pela polícia acusadas de crimes como homicídio, receptação, tráfico e roubo de veículo. Nenhuma delas era foragida da Justiça.

"Se tem antecedente ou não, para a Polícia Civil o que importa é esclarecer", disse o delegado Licurgo Nunes Costa, do Deinter-2 (Departamento de Polícia do Interior).

LOCAL DO CRIME

A maioria das mortes foi concentrada em duas chacinas com quatro e cinco mortos. Em ambas, a preservação do local do crime foi feita pela Guarda Municipal de Campinas. Essa tarefa, até a chegada da Polícia Civil, é, em tese, da PM. À guarda cabe fazer guarda patrimonial.

Procurada, a PM afirmou que policiais preservaram os locais em parceria com a guarda. Esta, por sua vez, confirmou que fez o serviço em dois locais onde houve chacina e que apresentou as ocorrências na delegacia.

O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou que uma equipe de inteligência do DHPP (homicídios) de São Paulo fosse a Campinas acompanhar as investigações.

Questionado sobre a tensão entre os moradores e a PM, o major Edilson Santos, que atuou na pacificação do terminal de ônibus depredado, disse que é preciso esperar pela investigação. "Tudo o que for falado a partir de agora é apenas conjectura."


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