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Foco

Mulher vive com 35 gatos dentro de apartamento

Família felina divide 120 m² na zona sul de SP e recebe a visita de outros bichanos

JAIRO MARQUES DE SÃO PAULO

É preciso esquecer os estereótipos para entender um pouco como Rosângela Oliveira, 49, consegue conviver com seus 35 gatos, mais uma população flutuante que pode chegar a dez felinos filhotes, em um apartamento de 120 metros quadrados em Moema, bairro nobre da zona sul de São Paulo.

Petit, Kovu, Angelina, Verinha... Raramente miam, são fofos, aparentam estar muito saudáveis, não são histéricos e ostentam o característico tom blasé da espécie.

A casa é limpa --com inevitáveis pelos em todos os lados--, não exala cheiros ruins, é organizada e não lembra um filme de terror.

"Não posso dizer que sou normal, sou louca por gatos. Mas, sei lidar com eles para que não incomodem os outros, para que não haja agressão aos outros", diz.

A gataria acabou por virar razão de vida de Rosângela. Nos dois últimos anos, ela conseguiu viabilizar adoção de quase mil gatinhos e a castração de outros mil.

Gasta quase 80% do que ganha no setor administrativo de uma empresa de distribuição com o cuidado dos animais, raramente viaja, não vai a shopping, recebe até dez telefonemas todos os dias com pedido de socorro para peludos abandonados.

"Meu maior desejo é que se ampliem as possibilidades de castração dos animais, a conscientização para isso, e, assim, diminua a população de rua, que sofre demais."

A família felina de Rosângela, que tem uma filha de 21 anos estudando em Minas, foi se formando aos poucos. Inclui também 20 bichos de pelúcia, que ficam em uma prateleira acima da cama da "mamãe", todos de gatos.

"Ganhei três como presente em natais passados, alguns eu resgatei na rua, outros foram aparecendo."

Mel, 9, é a mais velha. Paquito adora colo e pulou no fotógrafo da Folha durante a entrevista. Alex tem aversão a homens, Lola teve de passar por uma cirurgia na boca que custou R$ 1.200.

UNIVERSO FELINO

Lei municipal paulistana de 2001 estabeleceu dez como limite máximo de manutenção de animais de estimação em casa (podendo chegar a 15, em alguns casos).

A mesma legislação criou obrigações de registros para os bichos, regras de limpeza, de saúde e de segurança.

No apartamento de Rosângela, o cenário foge do convencional. Pelos cômodos, dez arranhadores em formato de abrigos estão espalhados. Tigelas de comida, várias delas, estão na cozinha.

Caixas de areia para as necessidades ficam em pontos estratégicos, discretos e protegidos de olhares.

Em vários cantos, felinos em quadros de pintura --um deles imita a "Monalisa"--, em bibelôs, em esculturas e em objetos como tapetes, caneca, cobertores, roupas, abajur, travesseiros.

A "mamãe" dos gatos deve se mudar em breve para um lugar maior.

Atualmente, a defensora está solteira, mas já teve alguns relacionamentos que se findaram devido a arranhões.

"Fui casada por seis anos e tinha seis gatos. Um belo dia, cheguei em casa e meus bichos haviam sumido. Sumi com o marido também."


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