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Até maio, Cine Belas Artes será reativado
Tradicional sala da capital reabrirá com patrocínio de banco público
Contrato será assinado na semana que vem; cinema fechou em março de 2011 por falta de apoio financeiro
Até maio deste ano, o Cine Belas Artes deverá ser reaberto com patrocínio de um banco público, no mesmo lugar, na esquina da rua Consolação com a avenida Paulista. O local está fechado desde março de 2011 por falta de apoio financeiro.
Os contratos que vão permitir a reabertura devem ser assinados na semana que vem, juntamente com as comemorações do aniversário da cidade, no sábado.
"A prefeitura e a secretaria da Cultura estavam muito interessados na reabertura e conseguiram abrir as portas da Caixa Econômica Federal, que vai patrocinar a volta", afirma André Sturm, diretor-executivo do MIS (Museu da Imagem e Som) e administrador do cinema.
Pelo acordo, tanto a Caixa como a secretaria da Cultura terão contrapartidas publicitárias no Belas Artes, mas nada foi divulgado ainda.
O espaço, criado em 1943, tem sua fachada tombada pelo patrimônio histórico estadual desde 2012, mesmo assim, a estrutura está pichada, depredada e abandonada.
Vários movimentos protestaram à época do fechamento do cinema, um dos poucos de rua que restaram na cidade, e dedicado a uma programação menos comercial e mais artística.
Em uma rede social, quase cem mil pessoas pediam a manutenção do espaço.
Porém, não houve acordo entre o dono do imóvel e Sturm em relação ao valor do aluguel, que poderia chegar a R$ 1,8 milhão por ano.
O valor do patrocínio não foi divulgado ainda.
ANÚNCIO
O secretário municipal da Cultura, Juca Ferreira, não quis comentar o acordo de reabertura, mas confirmou, por meio de sua assessoria, que um anúncio oficial sobre o cinema será feito na semana que vem.
Para a urbanista Raquel Rolnik, que é colunista da Folha, a volta do Belas Artes "é uma vitória não apenas das pessoas que administram o cinema, mas também de um movimento forte que existiu em defesa do local."
"Decisões sobre ocupação do solo não podem ser vistas apenas pelo valor de mercado. O acordo mostra que a prefeitura foi sensível para ouvir um apelo social e a força do movimento que lutou até o fim para isso acontecer."