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Caso reaviva pressão do PT para Haddad se afastar de Alckmin

Petistas defendem tese de que ação teve objetivo de minar programa municipal, mas prefeito recomendou cautela

No Estado, avaliação é de que PT pode usar episódio para justificar eventual fracasso da política anticrack

NATUZA NERY EM SÃO PAULO

A ação da Polícia Civil na cracolândia pode compromete o futuro da ação da prefeitura na região e já provoca pressão política no PT para desgastar a amistosa relação do prefeito Fernando Haddad com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), disseram interlocutores do petista.

Ontem, enquanto gerenciava a crise de segurança em uma das vitrines de sua gestão, o petista recomendava cautela a auxiliares.

Em conversas reservadas, fez questão de afirmar que o tucano não tinha conhecimento da repressão. Fora, assim como ele, pego de surpresa.

Dentro da própria prefeitura, porém, petistas alimentavam a ideia de que o Denarc (departamento de narcóticos) agira de propósito para desmoralizar o programa municipal, cuja abordagem prioriza o resgate do dependente químico em situação de rua para, então, tratá-lo.

Essa linha, normalmente associada à esquerda, é criticada por setores mais conversadores na área de segurança pública. O governo do Estado, porém, é parceiro formal do Braços Abertos, como é batizado o programa.

A boa relação entre Haddad e Alckmin é um dos motivos do desgaste do prefeito com alas do seu próprio partido e deve fazer crescer a insatisfação interna.

Nos bastidores, porém, a ordem ontem era para evitar uma politização exagerada do episódio.

Funcionários da prefeitura ligados diretamente ao programa não escondiam a "decepção" com os efeitos da repressão sobre o projeto na cracolândia.

Na avaliação interna, a batida policial fará com que a política dê "muitos passos para trás". Segundo esses auxiliares, a base do Braços Abertos é justamente a relação de confiança que o agente público estabelece com o dependente químico.

Sem saber que horas mais tarde haveria ali uma ação policial, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), adversário de Alckmin na disputa pelo governo do Estado, visitou discretamente o local.

Na capital para uma agenda pública com Haddad, decidiu vistoriar a área e conversar com agentes de saúde encarregados de atuar na cracolândia. A imprensa não foi avisada dessa atividade.

GOVERNO

No governo do Estado, depois de um série de cálculos políticos, a decisão foi apoiar a intervenção da Polícia Civil, classificada como legítima em nota oficial.

A chefia convenceu a cúpula do governo de que não houve o uso de bala de borracha --munição que não faz parte do aparato da Civil.

Entre integrantes do governo prevalecia a avaliação de que o PT tentará transferir ao governo Alckmin o ônus de um possível insucesso do programa de combate ao crack.


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