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Idosos e grávidas se recusam a sair de trens e esperam 5 h

Centenas de passageiros com dificuldade de locomoção ou revoltados resistiram à desocupação das estações

'Falaram que iam chamar a PM para jogar bomba', diz mulher grávida de nove meses em trem na República

DE SÃO PAULO

Em meio ao tumulto na linha 3-vermelha do metrô, centenas de passageiros decidiram resistir à tentativa dos seguranças de esvaziar as estações República e Sé e permaneceram por quase cinco horas dentro dos trens.

Entre eles, havia idosos, grávidas, pessoas com dificuldade de locomoção e com crianças de colo, que preferiram aguardar a migrar para os ônibus, e passageiros que se recusavam a sair em protesto contra a confusão.

"Não há previsão de retorno, deixem a composição", era a mensagem transmitida insistentemente e em vão pelo sistema de som.

"Eu não saio daqui, quero meu dinheiro de volta", gritava um passageiro na Sé.

Grávida de nove meses, Carolina Alcântara, 26, que dará à luz uma menina até domingo, era uma das cerca de 200 pessoas que aguardavam dentro de um trem parado na estação República, às 22h.

Entre esperar num ambiente sem água, banheiro e ar-condicionado ou pegar três ônibus para casa, em Aricanduva (zona leste), ela preferiu a primeira opção.

"Falaram [os seguranças da estação] para a gente que iam chamar a PM para jogar bomba de gás", disse ela.

A analista Cíntia Inácio, 36, se queixava do tratamento dispensado pelo metrô enquanto aguardava o retorno da circulação. "Como vou voltar para casa agora? Eles vão pagar R$ 80 de táxi para a gente? Até agora, só ofereceram um bilhete. Viramos reféns do metro", afirmou.

O trem onde estava Carolina, Cíntia e os demais passageiros que resistiram só deixou a estação pouco depois das 23h, quando o sistema começou a voltar ao normal.

Carolina chegou ao seu destino, a estação Vila Carrão, às 23h30. De lá, ainda pegaria um ônibus para casa. Ao menos, estava vazio.

"O pior de tudo é que amanhã eu tenho que entrar no trabalho às 10h", disse.

BILHETE DE VOLTA

Na Sé, quando a estação foi fechada, os alto-falantes passaram a informar que o local estava sendo esvaziado e que não haveria circulação de trens, mas centenas de passageiros se negaram a sair.

Seguranças ofereciam bilhetes para quem aceitava deixar a estação e tentavam convencer os remanescentes.

Houve bate-boca e os últimos passageiros só deixaram a estação por volta das 22h, quando o acesso à linha 1-azul foi reaberto. (FELIPE SOUZA LEANDRO MACHADO E ANDRÉ MONTEIRO)


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