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Pane causa tumulto, quebra-quebra e desmaios no metrô

Revoltados com paralisação, passageiros invadiram trilhos da linha vermelha

Operação ficou cerca de 5 h interrompida; confusão começou com problema em porta de trem na estação Sé

DE SÃO PAULO

Uma falha na porta de um trem causou brigas e tumulto na noite de ontem no metrô.

A linha 3-vermelha ficou parcialmente interditada durante cerca de cinco horas, estações foram fechadas, passageiros desceram para os trilhos e caminharam nos túneis, outros passaram mal e precisaram ser socorridos.

Vagões foram depredados e seguranças, agredidos. No meio dos trilhos, passageiros se desentenderam com funcionários da companhia.

O problema começou perto das 18h20, com a falha na porta de um trem na estação Sé, levando as composições a trafegar com velocidade reduzida e parar. Usuários em sete trens acionaram os botões de emergência e desceram na via entre as estações Marechal Deodoro e Santa Cecília.

Houve pânico. Em menos de dez minutos, a Folha viu cinco pessoas passando mal, entre elas, duas desmaiadas, na estação Santa Cecília.

O vendedor Washington Ormundo, 42, diz que ficou por 40 minutos no trem, com o ar-condicionado desligado, entre as estações Anhangabaú e Sé. Segundo ele, as pessoas se revoltaram e quebraram os vidros do vagão.

Até pessoas com muletas e cadeira de rodas circularam na via. O universitário Sérgio Aragão percorreu o trecho entre a estação Marechal Deodoro e Santa Cecília pelos túneis e ajudou idosos e pessoas com crianças a passar pela passarela lateral ao trem.

Ele diz que fez o percurso ao menos quatro vezes. "O pior foi o cadeirante. A roda esquerda às vezes caia no vão e eu tinha que segurar", diz.

As pessoas foram socorridas pelos próprios passageiros. Com o tumulto, os terminais de ônibus Santa Cecília e Parque Dom Pedro, no centro, ficaram lotados.

Às 19h24, o metrô tentou retomar a circulação, mas cerca de meia hora depois um quebra-quebra na Sé paralisou a operação novamente.

A Folha presenciou passageiros quebrando vidros de ao menos uma composição na Sé. Usuários e seguranças brigaram. Extintores de incêndio foram descarregados em cima dos funcionários.

Impedidos de seguir viagem, as pessoas reclamavam da falta de informações.

Funcionários apenas ofereciam novo bilhete e orientavam a recorrer aos ônibus e trens. O Metrô não informou se foi acionado um plano de emergência com disponibilização de mais ônibus. "É um descaso o que fazem com o cidadão que precisa utilizar o metrô", diz Nicole Pinho.

O Metrô atribuiu os problemas ao fato de os passageiros terem acionado os botões de emergência e andado pelos trilhos. A empresa disse que houve vandalismo e agressão a seus empregados. A operação no sistema só voltou ao normal por volta das 23h30. (FELIPE SOUZA, LEANDRO MACHADO, ANDRÉ MONTEIRO, FABRÍCIO LOBEL, FERNANDA PEREIRA NEVES, RICARDO BUNDUKY, SIDNEY GONÇALVES, FERNANDO DE ARAÚJO, MELINA CARDOSO E MÁRCIO NEVES)


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