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Prefeitura promete mais material após cortar kit de alunos

Gestão Haddad (PT) reduziu número de itens entregues a estudantes, mas afirma que haverá compensações

Secretaria afirmou que poderá incluir milhões de artigos; mudança busca 'racionalizar' a distribuição dos itens

FÁBIO TAKAHASHI FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

A administração Fernando Haddad (PT) afirmou ontem que poderá comprar materiais escolares adicionais, caso haja necessidade.

Conforme a Folha revelou ontem, a prefeitura decidiu diminuir o número de itens que os estudantes ganham em seus kits, uma vez ao ano.

A medida atinge todos os alunos do ensino infantil e do ensino fundamental.

Nos anos iniciais do fundamental, por exemplo, os estudantes ganhavam 41 itens. Agora, serão 22.

Não receberão nenhuma das oito canetas e os três cadernos universitários (com espiral) entregues até 2013.

A Secretaria de Educação disse que a redução foi feita porque parte dos materiais passará a ficar nas escolas, para "evitar desperdícios".

A explicação é que, ao serem distribuídos de uma vez, o material poderia se perder antes do término das aulas.

Assim, as crianças poderão, ao longo do ano, ter acesso aos materiais que ficarão nas escolas.

COMPENSAÇÃO

Parte dos itens enviados aos colégios, porém, será enviado em quantidade inferior ao que era praticado anteriormente. No caso das canetas, por exemplo, serão 300 por colégio fundamental.

No sistema anterior, uma escola com 800 alunos recebia ao menos 6.400 canetas (considerando que cada aluno ganhava oito unidades, sem contar o que era mandado diretamente ao colégio).

Ontem, o secretário da Educação, Cesar Callegari, disse que a pasta poderá comprar mais 2,2 milhões de cadernos reservas, 2,75 milhões de lápis e 3,4 milhões de canetas, para o caso de tanto o kit dos alunos quanto o das escolas forem insuficientes.

O volume de compras adicionais foi informado apenas após a publicação da reportagem. No dia anterior, a secretaria havia dito apenas que as diretorias de ensino teriam "reserva técnica" em caso de necessidade.

Ainda segundo a secretaria, o processo de compra dos materiais adicionais está na fase de trâmites "internos", por isso ainda não é público.

Os milhões de itens só serão efetivamente comprados, afirma a secretaria, caso seja constatada necessidade.

A prefeitura disse não haver intenção de redução de itens ou de economia com a mudança nos kits.

O que se buscou, disse a pasta, foi "racionalizar" a distribuição dos itens.

Educadores consultados pela reportagem afirmaram não ver sentido pedagógico na mudança. Para Angela Soligo, pesquisadora da Unicamp, a medida parece ter apenas cunho econômico.

Ela destacou que, além de cortar canetas, também houve redução dos lápis.

Ontem, o secretário de Educação disse querer "evitar extravios que têm acontecido em larga escala".

"Não posso me conformar que cadernos escolares sejam usados para fazer lista de compras de dona de casa ou serem usados pelos irmãos dos alunos na faculdade", disse Callegari, após evento no CEU Jambeiro (zona leste).

O prefeito Fernando Haddad também estava na cerimônia, mas deixou o local sem conceder entrevistas.


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