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É mais seguro ser mulher, diz transformista

Maquiador afirma que fica mais confiante travestido do que andando como um jovem gay na rua Frei Caneca

'A vida gay é uma vida de privações', afirma Leandro Moreira, 28; ele só vai a lugares fechados em São Paulo

DE SÃO PAULO

"Eu costumo prestar atenção no jeito que ando para não dar muita pinta", diz o maquiador Renato Santos, 23.

Ele diz que é transformista há seis anos e que se sente mais seguro ao andar na Frei Caneca vestido de mulher do que como um rapaz gay.

Para o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que atua em causas em defesa dos direitos LGBT, porém, homossexuais não devem mudar seus comportamentos para evitar agressões.

"Eles têm de ser respeitados na sua singularidade. Ninguém pode pedir a um gay que ao invés de usar short curto, use um short comprido. As pessoas tem de ser livres para serem como são e não podem ser agredidas por isso", afirma o deputado.

Apesar disso, ele recomenda que homens e mulheres andem em grupos nesses casos. "A única mudança de comportamento que eu posso apontar nesses casos, já que não há uma política de proteção do Estado, é que eles não andem sozinhos."

Leandro Moreira, 28, tenta ir sempre aos mesmos lugares. E fica na parte de dentro dos bares e baladas. "Não gosto de ficar na rua, só saio para ir embora."

A radialista Mel Nascimento, 21, faz o mesmo. "Me sinto mais segura assim."

Todos eles, no entanto, afirmam que não é certo ter de tomar precauções para não ser agredido.

"O Brasil é quase medieval, é muito machista, e as diferenças não são respeitadas", diz o administrador de empresas Marcel Motobu, 29, "Eu não acho que você deva se privar de algo, mas tem que entender que o risco é seu."

"É claro que toda a população está vulnerável aos crimes urbanos, mas a população LGBT está vulnerável a outro crime, específico, que se abate sobre ela porque ela é quem é", afirma Wyllys.

Pedro Segalla, 26, produtor de moda, também andava com um amigo na Frei Caneca, saindo do supermercado, quando foi atingido por um soco no rosto.

"Não vi como aconteceu. Senti a pancada e percebi que tinha perdido os óculos. Meu rosto ficou todo cortado."

"A gente fica mais esperto, presta atenção em qualquer pessoa que se aproxima. Nunca estou totalmente desligado", afirma o cabeleireiro Alexandre Ribeiro.


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