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Morte foi a 50 m da minha porta, diz secretário

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, diz ter a informação de que os protestos aumentarão em março.

Em entrevista à Folha, ele afirma que não pode "ficar parado" depois da morte do cinegrafista da Band --atingido "a 50 metros de minha porta", quase em frente à sede da Secretaria-- e vai levar amanhã propostas à comissão de Constituição e Justiça do Senado.

São sugestões para endurecer leis contra manifestantes, enviadas em outubro ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo -- que não tiveram resposta. Entre elas, a proibição de máscaras e a tipificação do crime de desordem.

Folha - O sr. defende o endurecimento das leis contra os manifestantes?

José Mariano Beltrame - Não é o endurecimento. É preciso criar mecanismos, até preventivos, como proibição do uso de máscaras ou tipificação de crimes de desordem para lidar com esse fenômeno que é novo e pegou o país inteiro de surpresa.

Ninguém esperava uma mobilização tão grande na internet, que chegasse às ruas com pessoas usando máscara de gás, coquetéis molotov ou estilingues incendiários.

Quando começou a elaboração desta proposta?

Após a Copa das Confederações. Apresentei no primeiro encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Como não obtive resposta vou buscar outro caminho, a comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Faltou interesse ao ministério?

Não é isso. Respeito o tempo do ministério, mas não posso esperar mais. Esse rapaz [o cinegrafista Santiago Andrade] morreu nas minhas costas, a 50 metros da minha porta.

O ministério tem o seu tempo, mas a secretaria tem o seu. Aqui na ponta o tempo é outro. Já fui informado que em março o número de manifestações vai aumentar e não posso ficar parado.

A polícia não consegue agir de forma mais dura com a lei vigente?

Não há nada ideal. Já vimos que formação de quadrilha ou lei de segurança nacional são muito fortes e não se aplicam. Há uma série de dificuldades de enquadrá-los em crimes de menor potencial ofensivo.

Com eles mascarados dependemos apenas de depoimentos dos policiais e testemunhas. Muito pouco para manter alguém preso.

Fábio Raposo, um dos presos pela morte do cinegrafista, já havia sido preso em outras manifestações.

Para você ver que este fato não foi capaz de inibir a participação dele e até de outros na manifestação.


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