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Aluno é amarrado a poste em trote na avenida Paulista

Divulgada em redes sociais, cena com calouro da Cásper Líbero é semelhante à que ocorreu com jovem no Rio

Faculdade diz que tenta coibir trote violento; centro acadêmico critica prática que considera 'humilhante'

LEANDRO MACHADO DE SÃO PAULO

Um garoto ficou amarrado com fita adesiva por meia hora anteontem à tarde em um poste da avenida Paulista, região central de São Paulo.

O caso ocorreu em um trote promovido por alunos veteranos de publicidade e propaganda e relações públicas da Faculdade Cásper Líbero, cuja sede fica na via.

A cena lembra a que ocorreu no Rio, no dia 31, quando um garoto de 15 anos foi acorrentado nu a um poste após ser agredido a pauladas por supostos justiceiros, que o acusavam de cometer crimes.

O trote da Cásper foi fotografado por estudantes, que postaram as imagens em redes sociais. Muitos se queixaram de maus-tratos aos calouros. Ontem, alunos não souberam dizer quem era o rapaz amarrado.

Em outras fotos divulgadas, uma aluna aparece no chão e com uma banana na boca. Pepinos foram usados para simular sexo oral.

"Vai bixete [caloura], chupa! E chupa com amor que é o lema da sua faculdade", diz a legenda de uma imagem publicada no Instagram.

"Quando era caloura, fui a miss Pepino. Este ano quis repetir a brincadeira. Mas se a pessoa não quisesse, tudo bem", disse à Folha Stephannie Martins, 19, autora do post --depois apagado-- e aluna de rádio e TV.

"A própria cultura do trote propicia esse tipo de coisa. As pessoas são coagidas a fazer, para não sofrer bullying", diz Ana Júlia Gennari, 23, aluna do segundo ano de jornalismo e integrante de um grupo feminista da universidade.

O Centro Acadêmico Vladimir Herzog, da Cásper, repudiou o trote. "Meninos e meninas tiveram que enfiar um pepino na boca, quando não tinham o legume esfregado no rosto --em uma clara alusão a um pênis. Foi humilhante", afirmou, em nota.

"Esperamos sinceramente que [o aluno amarrado] não tenha sido uma alusão ao ocorrido no Rio, pois teríamos motivos suficiente para questionar o futuro da comunicação em nosso país."

A Cásper Líbero informou ter adotado medidas para coibir o "trote violento, humilhante, vexatório ou constrangedor". Citou a campanha Trote Não é Legal e reuniões sistemáticas com os principais líderes estudantis.


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