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Ninguém é indiciado por destruir imóveis do Minha Casa

Vândalos queimaram cerca de 100 dos 940 apartamentos de conjunto habitacional durante reintegração de posse

DE SÃO PAULO DO "AGORA"

A depredação do conjunto habitacional Caraguatatuba, na zona leste de São Paulo, na última quinta-feira, até ontem não havia rendido nenhum indiciamento.

Dos 940 apartamentos do condomínio que faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, cerca de cem foram incendiados durante a reintegração de posse. O cálculo foi feito pela reportagem, que visitou na manhã de ontem três dos cinco blocos do local.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, apenas duas pessoas foram detidas durante a reintegração de posse, uma por desacato e outra por atirar pedras contra a polícia. Ambas foram liberadas depois de averiguações.

Segundo o criminalista Celso Vilardi, em crimes de danos, principalmente se cometidos por um grande número de pessoas, é difícil aplicar penas.

"Um dos motivos é a dificuldade de atribuir culpas específicas a cada um na cena do crime. Outro motivo é o fato de dano ser, segundo a lei, um crime de potencial ofensivo menor e, quando não oferecer risco a alguém, não resulta em prisão", diz ele.

VISTORIA

Um grupo de cerca de 25 engenheiros e técnicos esteve ontem no condomínio para avaliar os danos.

Segundo a Caixa Econômica Federal, responsável pela construção do conjunto, esse trabalho se estenderá até a segunda semana de março, pois cada apartamento será visitado e avaliado.

Em um dos prédios depredados, a reportagem encontrou muitos móveis quebrados, cacos de vidro e encanamentos quebrados.

Dentro dos apartamentos havia sofás, camas, televisores, geladeiras e fogões danificados pelo fogo. A fuligem cobre a parede e o teto de muitos dos imóveis.

A dona de casa Ana Cláudia Marques, 30, chorou ao lembrar dos bens que perdeu. "Tinha móveis novinhos, que ainda estou pagando. Tive que sair correndo com minha filha quando começou a pegar fogo. Não deu tempo de salvar nada."

Segundo a Caixa, apenas nesse empreendimento foram investidos R$ 49,6 milhões com recursos públicos.

Os imóveis eram destinados a famílias do Jardim Pantanal (zona leste), que sofre com enchentes, mas em agosto de 2013 os imóveis foram invadidos.

O Ministério Público vai investigar denúncias de cobrança de taxas e de venda ilegal de apartamentos no condomínio.


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