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Parto ao vivo pela internet vira moda nas maternidades

Desde Toronto, Canadá, avó assistiu pela televisão ao nascimento do seu neto, que ocorreu no interior de SP

Produtora que transmitiu 21 mil partos quer agora vender espaço publicitário para as transmissões

CHICO FELITTI DE SÃO PAULO

Vera Aloízio não encostou na pipoca que fez às pressas para o espetáculo que passaria na TV. A aposentada de 62 anos, que mora em Toronto, no Canadá, ficou tão ansiosa com o nascimento de seu neto sendo televisionado direto de Itu, interior de São Paulo, que esqueceu do petisco.

"É um milagre da tecnologia eu poder ter estado' lá", diz ela, que pagou os R$ 7.000 cobrados pelo novo serviço da moda nas maternidades: passar ao vivo pela internet um vídeo do parto.

A filha de Vera, Cibele Aloízio, 29, contratou uma equipe de dois cinegrafistas mais um técnico de transmissão para espetacularizar seu parto normal, feito em 12 de dezembro na maternidade D&H.

"Tive duas reuniões com o [cinegrafista] Carlos Anídio e disse que queria que as pessoas vissem o parto como se estivessem lá", diz a psicóloga Cibele.

"Passei só para os meus pais e três melhores amigas, então não tinha problema que eles vissem o mesmo que meu marido", diz ela, que foi a primeira a transmitir da cidade. Mas não do Brasil.

A unidade do Itaim Bibi do hospital São Luiz, na capital, também oferece, de graça, a transmissão do parto.

Desde 2010, toda parturiente que lá se interna tem a opção de conhecer o rebento com uma câmera, fixa na parede, jogando a cena para um site protegido da internet.

"Há 12 salas com câmera e 80% dos clientes optam por esse serviço", diz Marcia Maria da Costa, do São Luiz.

O foco da câmera fica no rosto da mãe, para captar sua reação ao filho ou filha.

PAUSA PARA COMERCIAIS

O televisionamento é ofertado para partos cesáreas e partos normais (a equipe de vídeo também faz plantão no hospital). Mas não a todos.

"Em partos de urgência ou de risco, não oferecemos o serviço." Caso um imprevisto ocorra no meio do parto, a emissão é interrompida e aparece na tela uma mensagem acusando "falha na transmissão". "Para não haver risco de as pessoas que estão longe se assustarem."

Mas a cena de emoção nunca terminou em drama, garante Costa. "As pessoas se envolvem tanto que começam a interagir com a câmera: o pai dá tchau, faz sinal de joia' para quem está vendo."

A Folha acompanhou uma cesariana filmada lá na tarde da quinta. O sinal da internet oscilou durante a retirada do bebê, mas foi suficiente para a advogada Tynae Nakayama, 27, ver o nascimento de Isabela, 4 dias, de seu apartamento, na Aclimação.

"A qualidade foi boa", diz ela, que é prima da recém-mamãe Flávia Alberton, 37. "Foi bem legal, ainda que seja um quadro bem menor do que o do YouTube. Mas deu para ver a emoção de todos."

"A imagem não tem uma qualidade muito boa, então estamos melhorando a câmera. E nossa internet, no Brasil, infelizmente é uma porcaria. Então não é cinema", diz Paulo Borges, da produtora Publivideo, que diz já ter transmitido 21 mil partos.

O próximo plano da empresa é vender espaço publicitário antes, também durante e depois do momento mais especial da vida do casal. Mas será tudo "bem discreto, até para não agredir", diz Borges.


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