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Fluentes no 'amor', prostitutas estudam inglês para a Copa

Gerente de casa noturna preparou curso do idioma com foco no vocabulário usado por elas com os clientes

Acompanhante que já domina o espanhol e o inglês, Jade fez 'plano de negócios' e vai viajar para sedes do mundial

JOÃO WAINER EDITOR DA "TV FOLHA" MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

A menos de quatro meses da Copa do Mundo, o mercado da prostituição em São Paulo vive dias de ansiedade.

Tradicionalmente, a Fórmula 1 e o Salão do Automóvel são o "Natal" do ramo, mas, segundo o empresário Oscar Maroni, a Copa deve superar os dois eventos.

Segundo ele espera, o faturamento deve crescer até 60% em comparação ao resto do ano durante o evento.

Nas casas noturnas, garotas de programa se esforçam para aprender inglês e atender melhor os torcedores de seleções estrangeiras que virão ao Brasil.

Foi pensando nisso que o gerente do Bahamas Club, Renato Frizzi, preparou um curso básico do idioma para as garotas batizado de "May I Have a Seat?" (posso me sentar?), focado no vocabulário usado nos programas.

"Sempre existe necessidade de comunicação, em cima disso bolei um curso com a finalidade de aproximar a garota do cliente", diz.

Durante o curso, Frizzi ensina frases como "Do you do anal? Yes, but I charge a plus" (Você faz anal? Sim, mas cobro um extra), "All with condom" (tudo com camisinha) ou "Please, take a shower" (por favor, tome um banho) --frase fundamental dependendo da nacionalidade do cliente, diz. Ou ainda a tradução de partes do corpo, como pernas, língua e seios.

Segundo ele, os ingleses são os mais educados. Na outra ponta, os argentinos são os mais "chatinhos". "Quando o Boca Juniors ganhou do Corinthians na última Libertadores, eles exageraram."

A garota de programa Jade, que trabalha por conta própria e cobra R$ 800 por programa, fala inglês, espanhol e fez um plano de negócios para a Copa. "Quero ganhar muito dinheiro nessa Copa", afirma.

"Estudei a tabela, já fiz alguns contatos e pretendo viajar para o Rio, Curitiba e Manaus. Quero que os gringos se apaixonem por mim, me deem dólares, euros e pounds e até barris de petróleo. Acho que vou andar até com um cofrinho para receber tanto dinheiro", diverte-se.

Nem todas, porém, são tão otimistas."Haverá mais clientes em São Paulo, mas a concorrência também vai aumentar. Virão garotas de outras cidades para cá também, então eu acho que no fim das contas vai dar na mesma" diz, com desânimo, a garota de programa Priscila.

'LINGUAGEM DO AMOR'

O chefe da segurança do Love Story, Vanderson Moraes, que trabalha há 23 anos na boate, conta que a maioria das garotas não fala inglês, mas diz que isso não é problema para que consigam programas com estrangeiros.

"As meninas se comunicam sem falar. Elas têm a facilidade da linguagem do amor" explica.

O Love Story é o destino de garotas de programa após o fim do expediente em casas de prostituição da cidade. A boate é conhecida como "A Casa de Todas as Casas".

"A gente usa o contato físico, o olhar, uma passada de mão, mas tudo sem ser vulgar", diz Débora.

Apesar de dominar a "linguagem do amor", ela aposta que a crise econômica na Europa vai reduzir a receita com estrangeiros, dando espaço para turistas vindos de outros Estados brasileiros.


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