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Cotidiano

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ONG tenta coibir turismo sexual com crianças

De olho na Copa, ação no Nordeste busca conscientizar pais de vítimas

Menores não costumam ligar programa com turistas estrangeiros a crime de exploração sexual, diz técnico

SABINE RIGHETTI ENVIADA ESPECIAL AO NORDESTE

Enquanto o governo prepara estádios e aeroportos para a chegada dos turistas na Copa do Mundo, há quem se preocupe com o impacto negativo dos visitantes --por exemplo, o aumento da exploração sexual infantil.

Hoje, o Brasil é conhecido internacionalmente por estar na rota de quem procura fazer sexo com menores de idade. Não será diferente em junho, quando o país receberá um grande fluxo de pessoas.

O turista da Copa em geral é um homem jovem. "Ele assiste um jogo e depois pode fazer turismo ou procurar alternativas ilegais", diz July Abe de Lima, assistente técnica da ONG britânica Plan.

A reportagem da Folha acompanhou por cinco dias o trabalho da Plan no Nordeste que tenta chamar atenção para o turismo sexual.

Uma das principais ações está nas escolas, onde é feito um trabalho educativo sobre o que é sexualidade, o que é exploração, o que é crime.

A dificuldade é que algumas vezes as crianças não entendem a relação com o turista como exploratória.

"O estrangeiro chama a menina para sair, paga um jantar e faz sexo. Para a menina, foi só um agrado. Mas isso é crime", diz Gustavo Barbosa, advogado e ativista dos direitos das crianças.

"Os pais até incentivam na esperança de que a menina encontre um príncipe' e a leve para o exterior."

É crime ter relações sexuais com menores de idade --e pode virar crime hediondo, no caso dos menores de 14 anos, se um projeto de lei aprovado no Senado passar também na Câmara dos Deputados.

O esquema das meninas e meninos é montado com taxistas e donos de baladas e de hotéis, que fazem o contato com os turistas.

Por isso, a Plan também atua nesses locais.

"Atendo uma média de 50 turistas por dia, a maioria é estrangeiro. Posso dizer que metade deles pergunta por menininhas", conta Marcone Barros, proprietário de um bar em Tibau do Sul (RN).

Lá e em demais cidades turísticas do Nordeste, um programa com uma menor pode sair por cerca de R$ 150.

"Eu não percebia que o problema estava ao meu redor. Hoje, quando vejo um turista com uma menininha, denuncio", diz Adief Correia, dono de um restaurante turístico em Tamandaré (PE).

O Ministério do Turismo lançou no final de janeiro uma campanha com 150 mil peças publicitárias sobre o turismo sexual infantil. Todo o material está em português.


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