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Cotidiano

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Universidades divergem ao avaliar programa de seleção

Instituições de ensino criticam modelo de escolha dos cursos, mas afirmam que balanço do Sisu é positivo

Sistema criado há 4 anos pelo MEC promete democratizar ensino superior; oposição vê pressão sobre o Enem

DE SÃO PAULO

Aumento da evasão de estudantes, menos custos, alunos melhores em seus cursos. As avaliações das universidades federais em relação ao Sisu (Sistema de Seleção Unificada) são divergentes.

Para a federal rural de Pernambuco, um problema do programa é que o estudante pode se candidatar para até dois cursos, em áreas totalmente diferentes.

"Os candidatos, na maioria, são jovens e têm outras oportunidades", disse a reitora Maria José de Sena. "Eles inicialmente escolhem o curso pela nota, não pela vocação. E depois vão em busca do curso de preferência."

A estadual do Piauí, que viu a evasão em medicina e engenharia civil saírem de 0% para 14% e 40%, afirma que o resultado final do Sisu é positivo (o sistema aceita universidades estaduais).

Apesar do aumento da evasão, a instituição aponta que não precisa gastar com o vestibular e que recebe verba federal para ajudar os alunos.

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a UFABC (SP) argumentam que o programa permitiu que estudantes de outros Estados procurassem as instituições, o que ajuda a melhorar o corpo discente.

LEVANTAMENTO

A Folha pediu os dados de evasão das dez universidades que mais receberam inscritos no Sisu no ano passado. Cinco não forneceram informações atualizadas.

Três delas disseram que a evasão subiu após a entrada no sistema: federal rural de Pernambuco, estadual do Piauí e tecnológica do Paraná. Essa última ponderou que a expansão de vagas pode ter influenciado o resultado.

A UFRJ (federal do Rio de Janeiro) afirmou que o índice não se alterou. Já os dados da UFSCar, de São Carlos, indicam aumento de evasão, mas, devido à metodologia adotada, não é possível precisar se isso está relacionado ao Sisu.

MAIS POBRES

O modelo foi criado pelo então ministro da Educação Fernando Haddad (PT), hoje prefeito de São Paulo.

A premissa era a de democratização do ensino superior, pois os alunos, especialmente os mais pobres, podem disputar vagas sem ter de viajar para os vestibulares.

O sistema seleciona estudantes com base nas notas obtidas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Partidos de oposição afirmam que o Sisu colocou muita pressão no Enem, pois, com uma única prova, o aluno disputará centenas de milhares de vagas.

Os reitores da universidades federais cobram da União mais verbas para ajudar alunos pobres que tenham de se mudar para estudar.


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