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Carnaval 2014
Supertrunfo das Rainhas
Como as mulheres que estão à frente do samba em SP se preparam para a maratona de desfiles
O caminho para chegar ao trono é bem sinuoso. Que o digam as rainhas.
A receita para estar em forma para os desfiles que começam na sexta que vem em São Paulo não exige músculos à mostra, mas é indispensável que tudo esteja nas alturas -no chão, só os pés.
Para isso, algumas rainhas de bateria das escolas se submetem a exaustivas aulas de musculação, samba e zumba.
Nos últimos seis meses, além de exercícios, seguiram à risca uma dieta à base de proteínas ("whey", muitas claras de ovos e batata doce, o carboidrato da vez).
Estreante no sambódromo, a gaúcha Gil Jung, 27, da Acadêmicos do Tatuapé, malha duas horas por dia, além de aulas de samba. Seu treino é focado nas pernas. No exercício "leg press", a loira levanta 200 kg de uma vez.
Ela é uma das defensoras da mulher "in natura": corpo definido, sim, mas nada de músculos exagerados que pautaram carnavais passados.
Outra que segue a cartilha é Simone Sampaio, 34, da Dragões da Real. "Já sou grande. Malho para compactar e diminuir o glúteo."
Mas nem todas as rainhas são malhadoras convictas.
A veterana Déborah Caetano, 27, da Nenê de Vila Matilde, jura que não faz musculação e que come de tudo. "Sou privilegiada por Deus", diz. Mas a mão do homem também deu uma forcinha: fez "lipo" e colocou 390 ml de silicone em cada seio.
O corpão, justifica, se mantém em forma graças aos treinos semanais da escola desde setembro do ano passado.
Outra que não bate cartão em academia é Ellen Rocche, 34, da Rosas de Ouro. Para a atriz, o mais importante é ter samba no pé e interagir com a escola o ano todo.
"Sou contra esses padrões de beleza", diz, séria. "Quando a estética vira obrigação, deixamos de aproveitar o melhor do Carnaval", diz ela, que, em 2013, chegou a ser criticada por exibir uns quilinhos a mais. "Excesso de gostosura", retrucou, à época.