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Pilotos são suspeitos de fraudar licenças de voo

Casos foram descobertos pela Anac; suspeitas atingem 52 profissionais

Além de aval para comandar helicópteros e pequenas aeronaves, houve irregularidades em atestado de inglês

RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

Com ajuda de um estagiário então ligado à Anac, pilotos conseguiram, de 2009 a 2010, habilitação para comandar pequenas aeronaves e helicópteros, para os quais não tinham autorização de voo.

Entre os casos há ao menos um piloto de linha aérea regular, que hoje atua na TAM.

A fraude também se estendeu ao nível de conhecimento em inglês, obrigatório para voos internacionais.

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), um copiloto que hoje atua na Gol e outro atualmente na Trip (incorporada pela Azul) tiveram nos registros níveis de inglês superiores ao real. Ambos perderam o atestado de proficiência na língua.

A própria agência apontou, em investigação, que a situação é um risco à segurança.

POLÍCIA FEDERAL

Revelado anteontem pelo "Jornal da Band", o caso está sob apuração do Ministério Público Federal de São Paulo e da Polícia Federal, para os quais a Anac enviou, em 2010, a conclusão de procedimento administrativo.

A agência constatou que, por trás dos casos, estava o então estagiário Alexandre Demarco. Segundo a investigação, ele usou senhas de funcionários para modificar registros internos dos pilotos. Ele pediu demissão em 2009.

Embora haja suspeitas, não ficou provado se havia pagamento pelas habilitações. É isso que o Ministério Público e a PF tentam apurar. Os dois órgãos limitaram-se a dizer que há inquéritos em andamento para os casos.

A apuração da Anac, segundo a agência, começou quando uma servidora notou que a sua senha fora usada para alterar níveis de inglês. Ao rastrear a atividade de Demarco, a Anac identificou alteração nas habilitações.

Um piloto pode ter várias habilitações. Ela mostra que o profissional sabe pilotar determinado tipo de aeronave.

Um dos que participaram do esquema, segundo a Anac, é Alexandre Oliveira Júnior, dono de escola de aviação e copiloto de um helicóptero apreendido no ano passado com cocaína no Espírito Santo, de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrela (PDT-MG).

Segundo a Anac, 52 pilotos foram investigados por problemas na habilitação. Desses, 12 tiveram habilitações suspensas, cinco tiveram sua habilitação ajustada aos requisitos reais e três foram autuados por voar com habilitação vencida.

Quanto ao inglês, foram 12 casos suspeitos. Seis pilotos refizeram a prova, dos quais dois foram reprovados --um hoje na Gol. Os que não fizeram a prova perderam a proficiência em inglês --entre eles um hoje na Trip/Azul.


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