Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Maria da Conceição Papaterra Limongi Mariutti (1917-2014)

Ajudou imigrantes e fez fardas para soldados

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

A assistente social Maria da Conceição nunca se esqueceu das tristes cenas que presenciou durante seu trabalho na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo, nos anos 1940.

Às vezes, inconformada com a situação, quebrava protocolos, como quando dava banho em crianças que vinham de outros países extremamente sujas e maltrapilhas.

Duas imigrações a marcaram profundamente: a de pessoas fugidas da Segunda Guerra Mundial, em sua maioria judeus, e de brasileiros pobres que deixavam seus Estados em busca de uma vida melhor na capital paulista.

Ao lado do pai, advogado que também trabalhou na hospedaria, fazia questão de relatar aos familiares os acontecimentos que vivenciara.

Conceição também acompanhou outro episódio marcante da história de São Paulo. Aos 14 anos, ajudou a costurar fardas para os soldados que combatiam na Revolução Constitucionalista de 1932.

Parou de trabalhar ao se casar, em 49, com Luiz, um ex-namorado da juventude. Nunca o esqueceu e, para reencontrá-lo, fez promessa para são Judas Tadeu. Soube mais tarde que ele havia feito a mesma promessa e para o mesmo santo. Como o pedido foi atendido, decidiram chamar o primeiro filho homem de Tadeu.

Muito simples e discreta, seu passatempo preferido era ler --sobre qualquer coisa. Admirava mulheres de personalidade forte, como Joana d'Arc e a cientista Marie Curie.

Vegetariana desde a década de 60, morreu na sexta-feira (21), aos 96. Viúva havia 20 anos, deixa os filhos, Maria Silvia, Luiz Tadeu, Maria Tereza e Francisco Roberto, dez netos e três bisnetos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página