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Carnaval 2014
No alto do pódio
Com homenagem a Ayrton Senna, Unidos da Tijuca supera Salgueiro e Portela e é campeã do Carnaval do Rio pela 3ª vez desde 2010
Campeã em 2010 e 2012, a Unidos da Tijuca conquistou ontem mais um título sob a batuta do carnavalesco Paulo Barros em uma apuração disputada, que só foi definida no último quesito: bateria.
A escola venceu a corrida pelo Carnaval do Rio com uma homenagem a Ayrton Senna --e por uma diferença de apenas um décimo.
Conseguiu 299,4 pontos, contra 299,3 pontos do vice-campeão, Salgueiro, que empolgou a Sapucaí com um samba-enredo contagiante e ficou um décimo à frente da Portela --que, apesar do desfile elogiado, manteve seu jejum de 30 anos sem títulos.
A Império da Tijuca, terceira representante do bairro da zona norte carioca (além das duas primeiras colocadas), ficou em último e foi rebaixada. Já a Unidos do Viradouro subiu e voltou ao grupo especial.
Última escola a desfilar no Sambódromo do Rio, a Unidos da Tijuca fugiu do óbvio na homenagem a Senna.
A proposta de não fazer um enredo biográfico ficou clara desde o início do desfile, que trouxe um integrante representando o piloto brasileiro ao lado de personagens de desenhos animados, todos ligados ao tema velocidade.
O carnavalesco Paulo Barros repetiu a fórmula de "alegorias-vivas" que lhe deu fama, com muita gente sobre carros imensos e interação com o público.
Da comissão de frente, com uma cópia da McLaren de Senna que acelerava na pista, até o último carro alegórico, que "brindava" o público com um banho de espumante (água, no caso) lançado por quatro esguichos, em alusão à comemoração do pódio da F-1, a Tijuca apresentou um desfile sem erros.
O refrão "Acelera, Tijuca!" ressoava alto também nas arquibancadas, principalmente quando a bateria --com seus componentes fantasiados de mecânicos da F-1-- fazia uma de suas paradinhas.
'ESTRANHO'
Uma das favoritas ao título, a Beija-Flor foi a surpresa negativa na apuração: terminou na sétima posição, ficando fora do desfile das campeãs pela primeira vez desde 1992 --as seis primeiras colocadas voltam no sábado.
O presidente da Beija-Flor, Farid Abrão David, reclamou na Sapucaí. Para ele, foi um "resultado muito estranho".
Sua escola homenageou neste ano o ex-diretor geral da Rede Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.
O clima de desânimo também ficou evidente entre os integrantes do vice-campeão Salgueiro. A presidente da escola, Regina Celi, foi lacônica ao comentar a derrota por um décimo. "É o Carnaval."
"O Salgueiro é o campeão do povo", disse Viviane Araújo, rainha de bateria.
Já na Portela, terceira colocada, e na União da Ilha, a quarta, era só alegria.
"Achei que poderíamos vir melhor, mas o título fica prometido para o ano que vem", disse Sérgio Procópio, presidente da Portela.