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Grandes usuários devem pagar mais por água, diz professor

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

Para evitar que a crise de abastecimento de água volte a ameaçar a Grande SP em dez anos --antes da atual, houve outra em 2004--, o professor Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial de Água, órgão multilateral com sede na França, é categórico.

"Não adianta a imprensa, a sociedade e os governantes lembrarem desse tema apenas durante as crises de seca ou de grandes enchentes."

Questões de fundo importantes, como a da cobrança da água, precisam ser enfrentadas com coragem, diz o especialista em recursos hídricos, que também é professor da Escola Politécnica da USP.

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O valor da água cobrado dos grandes usuários, como empresas e setor rural, é justo?
Os comitês de bacia hidrográficas --e o Brasil é muito avançado em instituições voltadas para os recursos hídricos-- deveriam ter mais coragem e cobrar dos fazendeiros, de quem faz irrigação e das indústrias um valor real pela água. Estamos falando da água no rio, não na torneira.
Os comitês hoje cobram R$ 0,02 por metro cúbico, que é um valor irrisório.
Ele não estimula as indústrias a usarem a água de forma racional e eficiente.

A questão hoje, em áreas como a Grande SP, é mais de infraestrutura ou de preservação ambiental?
Os dois assuntos fazem parte da mesma equação.
Em termos de conservação dos mananciais temos um exemplo claro. Há 40 anos existe uma lei de proteção ao manancial de Guarapiranga.
Ela diz claramente que não pode construir na área do reservatório. Mas hoje temos 150 mil pessoas lá dentro.

Mas também falta infraestrutura para captar mais água?
Neste caso temos um problema importante, que é o emaranhado de leis ambientais no país.
Claro que sou muito favorável à preservação ecológica, mas essas leis precisam ser consolidadas para ficarem mais claras.
Caso contrário, perdemos muito tempo na discussão. Temos no Brasil várias obras muito atrasadas.


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