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Desperdício, ocupação ilegal e falta de obras potencializam crise da água

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

A escassez de chuva sobre a divisa entre São Paulo e Minas Gerais, mesmo ocorrendo desde o início de 2013, é apenas uma parte da explicação para a pior crise da história do sistema Cantareira.

Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que vários gargalos crônicos do sistema de recursos hídricos potencializam a seca que provoca a ameaça de racionamento.

Redução de perdas pelo poder público (devido a vazamentos e desperdício nas redes da Sabesp), diminuição do consumo residencial e principalmente industrial, mais infraestrutura e, também, a preservação ambiental de rios e represas fazem parte da solução do problema.

"Tanto São Paulo quanto Campinas usam muita água para a produção industrial. Portanto, a solução estaria em reduzir o uso industrial e priorizar o abastecimento humano, no curto prazo", defende Wagner Ribeiro, geógrafo e pesquisador da USP.

Para ele, no médio prazo, a solução estaria em estimular o reúso da água pelas indústrias, o que ocorre atualmente em volume reduzido.

O fato de um quarto da água captada pela Sabesp na Grande SP ser perdida no trajeto entre a represa e a caixa de água das casas também preocupa os especialistas.

Em cidades do Japão e da Alemanha, as perdas são próximas de 11%. Nos Estados Unidos, a meta é de 16%.

Técnicos ainda citam outros entraves históricos.

"Em termos de conservação dos mananciais temos o exemplo de Guarapiranga", diz Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água e professor da Poli/USP.

"Há 40 anos existe a lei que proíbe construções na área do reservatório de Guarapiranga. Mesmo assim, temos 150 mil pessoas lá dentro", diz ele, citando um exemplo que afeta a produção de água.

Para Braga, existem obras de infraestrutura atrasadas em SP por culpa de obstáculos na legislação. "Sou a favor da ecologia. Mas as leis ambientais precisam passar por uma consolidação", diz.


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