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Vacinação contra o HPV começa na 2ª

Meninas entre 11 e 13 anos são o alvo da campanha, que será desenvolvida em escolas públicas e postos de saúde

Embora apoiada pela maioria das sociedades médicas, imunização enfrenta resistência dos médicos de família

CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

Em meio a uma controvérsia médica, escolas públicas e postos de saúde de todo o país começam a vacinar a partir de segunda-feira meninas entre 11 e 13 anos de idade contra o HPV (papilomavírus humano), associado ao câncer de colo de útero.

No Estado de São Paulo, a expectativa é que 808,3 mil adolescentes nessa faixa etária (80% do total) sejam vacinadas até 10 de abril. Em outros países, como os EUA, a cobertura não atinge 50% do público-alvo.

A vacina não será compulsória. Caso a menina se recuse a ser imunizada na escola, ou os seus pais a proíbam, receberá orientação para procurar um posto de saúde.

Embora apoiada pela maioria das sociedades médicas, como a de pediatria, ginecologia e de infectologia, a campanha enfrenta resistência entre os médicos de família, que somam 3.300 no país.

Para a SBMFC (Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade), não há evidência de que a vacinação seja mais eficaz do que a atual estratégia de prevenção (Papanicolau) e nem de que a imunização será duradoura.

Daniel Knupp, diretor da SBMFC, diz que também há preocupação com a segurança da vacina e com os efeitos colaterais graves, como aumento na incidência de doenças autoimunes --diabetes tipo 1, por exemplo.

Segundo a infectologista Rosana Richtmann, o principal efeito adverso verificado em outros países é a síncope (desmaio). "Temos de ter o cuidado de vacinar os adolescentes sentados, e mantê-los em observação por 15 minutos." A estratégia será adotada nos postos e nas escolas.

Em relação a outros efeitos colaterais mais graves, como paralisias, não há uma relação causal entre a vacina e a doença, segundo ela. No mundo, 134 milhões de doses da vacina quadrivalente já foram distribuídas desde 2006.

"Vacinam-se muitos jovens e entre eles há aqueles que desenvolveriam alguma doença de qualquer maneira", afirma. O Ministério da Saúde também atesta a segurança da vacina.

VACINAÇÃO

No Estado de São Paulo, a vacinação ocorrerá em 5.000 postos de saúde, entre 8h e 17h. Segundo a médica Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria da Saúde, a campanha nas escolas ficará a critério dos municípios.

"A campanha vai até dia 10 de abril, mas a vacinação nos postos será permanente."

Na capital, haverá vacinação em 550 escolas municipais. Alunas das escolas estaduais ou particulares serão orientadas a procurar um dos 447 postos de saúde. A meta é vacinar 211.288 meninas.

A recomendação é para que as garotas levem a caderneta de vacinação, mas a falta dela não será impeditivo para a vacinação.

O esquema vacinal será dividido em três etapas. A segunda dose será aplicada seis meses após a primeira, e a terceira, cinco anos depois.


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