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Número de mulheres que andam de moto dispara em São Paulo

Até 8 de março, mais motoqueiras tiraram habilitação para dirigir sobre duas rodas do que durante 2013 inteiro

Viagens de motocicleta por mulheres na Grande São Paulo dobraram entre 2007 e 2012; homens ainda dominam

(ADRIANA CHAVES) DO "AGORA"

As mulheres estão invadindo o universo das duas rodas: ano a ano, elas têm tirado cada vez mais carteiras de habilitação e comprado mais motocicletas, de acordo com dados de órgãos públicos e associações.

Até o dia 8 de março deste ano (Dia Internacional da Mulher), por exemplo, o número de mulheres que tiraram habilitação de moto superou o de todo o ano passado, segundo dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo).

Em 2013, 2.407 mulheres tiraram carteira de moto, contra 2.431 habilitadas até o último dia 8 de março.

As mulheres também estão comprando mais motos. Em 2001, de cada 6 motocicletas vendidas no país, 1 era adquirida por uma mulher. Em 2012, essa proporção aumentou para 1 em cada 4.

Estudo divulgado pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos mostra que o número de mulheres que usam motos para se deslocar na Grande São Paulo quase dobrou entre 2007 e 2012, passando de 63 mil para 124 mil.

Mas os homens ainda dominam: de cada dez viagens de moto, apenas uma foi feita por mulheres em 2012.

Para o presidente da Federação dos Motoclubes do Estado de SP, Paulo Cesar Lodi, "viajando na garupa, muitas vezes as mulheres acabam aguçando e amadurecendo a vontade de pilotar".

Ele diz que, em outros Estados, a participação feminina é ainda maior pelo trânsito ser menos caótico.

Segundo o diretor-executivo da Abraciclo (associação dos fabricantes de motos), José Eduardo Gonçalves, "a tendência vai continuar devido à evolução da mulher em atividades profissionais".

"Primeiro, elas chegaram ao mercado de trabalho e começaram a precisar se locomover mais. Com os desafios do trânsito, a moto virou uma alternativa", disse.

Gonçalves destaca que elas preferem veículos mais leves e que tenham o baú, onde é possível colocar a bolsa. "Elas também conservam a mesma característica da mulher ao volante: sua participação em acidentes é pequena."

TOMANDO O GUIDÃO

A advogada e contadora Andréa Galhardo, 42, andou muito na garupa do irmão e do ex-marido, mas só tirou carteira de habilitação para pilotar há oito anos.

"Já terminei dois namoros quando me mandaram escolher entre os passeios de moto ou eles", afirma Andréa.

A empresária Elisete Camargo, 37, tirou carteira de motocicleta há quatro anos, mas adquiriu sua primeira moto em um leilão, quando ainda nem tinha habilitação.

"Fui me familiarizando com ela na garagem do meu prédio, até que tirei a carteira e hoje faço parte de um clube de motos. Em dezembro fui para o Uruguai de moto fazendo 1.000 km por dia."

Leonice Maria Gregório, 40, tornou-se motogirl em 2009. Antes ela trabalhava como copeira.

"No começo eu não sabia nada, mas tive a ajuda de todos os motoboys para aprender a me virar", disse.

Durante a semana, ela trabalha numa empresa de motofrete. Aos fins de semana, faz entregas em uma pizzaria.


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