Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Romancista usa facão para defender posto

DO ENVIADO A PORTO VELHO

Morador de Porto Velho, o amazonense Paulo Reis, 71, diz que já fez um pouco de tudo, de garimpo a romance: ele é autor de cinco livros. Mas ele gosta mesmo é de ser chamado de "observador da natureza".

Há um mês, porém, tudo o que Reis observa é o rio Madeira invadindo seu posto de combustíveis e ladrões saqueando o bairro Triângulo --um dos mais antigos da cidade, hoje tomado pelas águas do rio.

Quem passa de barco pela área pode ver Reis deitado em uma rede amarrada ao teto metálico do posto que administra há 44 anos. Pela primeira vez, por causa da cheia, ele teve de dar férias coletivas aos seus 18 funcionários.

O amazonense passa dia e noite no mesmo lugar, sozinho, temendo que ladrões levem móveis, eletrodomésticos e o aparato do posto.

Ele diz que perdeu as contas de quantos ladrões já viu invadindo casas e lojas à noite.

"Geralmente, eles chegam de canoa, mas já vi até mergulhando. Levam qualquer coisa que seja possível levar", diz.

Para se proteger de ataques, ele carrega um porrete de madeira e um facão enferrujado. Há uma semana, foi roubado: apontaram uma arma para sua cabeça e levaram R$ 280.

"Pedi para o ladrão não levar meu computador, pois havia todo o trabalho de uma vida, meus livros e poesias. Ele aceitou. Acho que foi Deus."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página