Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Câmara barra CPI para apurar máfia do ISS

Bancada do PT votou contra a abertura de investigação na Casa sobre esquema de propina

GIBA BERGAMIM JR. ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO

A Câmara de São Paulo barrou ontem criação de uma CPI para investigar a máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços).

A apuração do esquema de corrupção foi uma iniciativa do prefeito Fernando Haddad (PT), que declarou ter usado dinheiro próprio para alugar uma sala ao lado de onde os suspeitos se encontravam para facilitar as investigações.

Porém, toda a bancada petista votou contra a apuração do esquema na Casa. Dos 55 parlamentares, apenas 11 foram favoráveis à comissão.

Com isso, ficam menores as chances de que um eventual braço político do esquema seja investigado.

O grupo de fiscais é suspeito de oferecer a construtoras descontos no pagamento do ISS em troca de propina.

Conforme a Folha mostrou no mês passado, o Ministério Público não deve oferecer acusação contra nenhum político na primeira denúncia criminal do caso.

Quatro auditores foram presos no ano passado sob suspeita de administrar o esquema. A quadrilha foi descoberta em investigação da Controladoria-Geral do Município com a Promotoria.

Até agora, quatro vereadores que cumprem mandato foram citados nas investigações sobre a máfia: Antônio Donato --que era secretário de Governo de Haddad quando a investigação foi iniciada--, Aurélio Miguel (PR), Paulo Fiorilo (PT) e Nelo Rodolfo (PMDB).

Embora mencionados por testemunhas, nenhum deles é acusado de nenhum crime. Todos negam qualquer relação com os auditores.

"A Câmara não quis investigar esse escândalo terrível, mas vou insistir [e reapresentar o pedido]", disse Gilberto Natalini (PV), autor do pedido de abertura da CPI.

A Câmara aprovou, porém, uma CPI para investigar áreas contaminadas, apresentada por Rubens Calvo (PMDB).

O líder do PT, vereador Alfredinho, afirmou que a comissão foi barrada porque Natalini queria furar a fila de apurações protocoladas.

Para a cientista política Maria do Socorro Braga, da UFSCar (federal de São Carlos), a votação deixa o prefeito numa situação delicada.

"Pode sinalizar que essa bancada trabalha descolada do Executivo, o que pode acontecer principalmente quando se tem membros envolvidos no episódio", afirma a pesquisadora.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página