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Idosa é atendida no chão em hospital de SP

Paciente de 87 anos passou por lavagem intestinal em sala sem maca nem cama de unidade de saúde estadual

Caso ocorreu na quinta e foi fotografado por filha; secretaria diz que funcionários foram afastados

ADRIANA CHAVES DO "AGORA"

Após quase quatro horas de espera, uma mulher de 87 anos foi atendida no chão em um hospital estadual na zona sul de São Paulo.

O caso ocorreu na última quinta-feira, no Hospital Geral de Pedreira. A paciente Rita Alexandre da Silva foi levada à unidade com uma carta de internação após passar por um posto de saúde.

"Ela tinha muita dor abdominal", disse Maria das Dores Alexandre, 58.

Rita chegou às 9h44. Segundo Maria das Dores, o clínico geral só a atendeu por volta das 13h50 e indicou uma lavagem intestinal. "Ficamos no corredor. Depois, a enfermeira a levou para uma sala sem maca ou cama."

O procedimento foi feito no chão. "Minha mãe ficou se debatendo nas fezes. Foi muito humilhante", contou a filha, que fotografou o atendimento com um celular.

Maria das Dores ainda esperou cerca de 15 minutos. Quando soube que os exames só ficariam prontos às 21h, desistiu de esperar e resolveu levá-la para casa. "Não aguentei. Assumi a responsabilidade de ir embora."

No dia seguinte, a comerciante levou a mãe ao Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara, também na zona sul.

"Lá ela foi bem atendida, mas ela precisa de uma clínica. Não tenho como pagar uma particular e no Estado não há vaga", disse.

Procurada sobre o atendimento no chão, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que apura o caso e que funcionários que atuaram naquele dia foram afastados.

Ontem, pacientes se queixavam do hospital. A cozinheira Maria José Pessoa, 66, desistiu de esperar pelo atendimento do bisneto de um ano. Ela chegou às 10h à unidade e foi embora por volta das 12h30. "Ele está com alergia, mas não estão chamando ninguém. Vou procurar um posto", afirmou.

O retorno ao ortopedista da filha de seis anos do motorista Alessandro José do Nascimento, 33, levou uma hora. "No dia em que ela torceu o pé, chegamos aqui às 17h e só saímos quase à meia-noite."

Grávida, Daiany Mota Kehdy, 24, decidiu voltar mais tarde para pegar resultados de exames após ser atendida. "Não dá pra ficar esperando."


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