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Paulo Schroeber (1973-2014)

Gostava de 'descer a lenha' na guitarra

ADRIANA FARIAS DE SÃO PAULO

Cabelão loiro escorrido até o cotovelo, roupa preta, All Star e guitarra a tiracolo. Assim era o gaúcho Paulo Schroeber, que chegou a São Paulo em 2008 para realizar um sonho: conquistar seu espaço no heavy metal nacional.

Acabou sendo convidado para duas grandes bandas. Foi guitarrista do Almah e do Astafix, lideradas por Edu Falaschi (ex-vocalista do Angra) e Wally (ex-guitarrista do CPM 22), respectivamente.

"Ele fazia umas coisas absurdas na guitarra", relembra Edu, que logo simpatizou com o "jeitão marrento e meio mal-humorado" de Paulo.

"Eu, tchê', gosto de descer a lenha' na guitarra", dizia ele nas turnês Brasil afora. Após os shows, fãs formavam filas para saber que técnica toda era aquela. O cabelão deixava as meninas suspirando.

Aos seis anos, com pedaços velhos de madeira, alguns pregos e fios de náilon, montou uma "guitarra". Às vezes, transformava a janela de casa em bateria. A batucada era tanta que o vidro trincava, para desespero da mãe.

Aos 15, ganhou do pai um violão, de um amigo veio o primeiro vinil, do AC/DC, e aí passou a estudar música. Três anos depois, enveredou para o violão clássico. Se ninguém impedisse, ensaiava até 15 horas por dia, conta a família.

Também deu aulas e integrou outras cinco bandas. Sonhava um dia ver o metal brasileiro tão valorizado quanto o tocado pelos gringos.

Morreu de miocardiopatia hipertrófica (problema no músculo do coração), na segunda-feira, aos 40. Deixa mãe, irmã e um "filho postiço", sobrinho que apelidou de "Gumgum", sua onomatopeia para o ronco da guitarra.


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