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Delegado afirma que vai indiciar manifestante baleado por policiais

Fabricio Proteus Chaves, 22, será formalmente investigado por porte de artefato incendiário

Inquérito será enviado ao Ministério Público, que poderá denunciar o suspeito de carregar bombas caseiras

MARINA GAMA CUBAS DE SÃO PAULO

A Polícia Civil informou ontem que irá indiciar o estoquista Fabricio Proteus Chaves, 22, baleado por policiais militares durante manifestação contra a realização da Copa do Mundo no dia 25 de janeiro, sob suspeita de porte de artefato incendiário.

A pena para o crime, que está previsto no estatuto do desarmamento, é de três a seis anos de prisão.

Segundo o delegado Luciano Augusto Pires Filho, responsável pelo inquérito, o estoquista foi intimado para ir ontem ao distrito policial quando seria informado sobre a acusação contra ele. O indiciamento significa que Chaves é formalmente investigado pelo delito.

O rapaz, no entanto, não compareceu à delegacia alegando motivos de saúde.

De acordo com o defensor Carlos Weis, Chaves está com infecção urinária --conforme laudos que ele apresentou na delegacia-- e só pode se deslocar para ir ao hospital.

A infecção é consequência do tiro que ele levou da polícia na região genital.

O manifestante, que também foi baleado na altura do ombro, responde ainda por resistência e desobediência, delitos considerados leves, que não resultam em prisão.

Segundo a Polícia Militar, Chaves desferiu golpes de estilete contra os policiais logo após ele e outro manifestante serem detidos com bombas caseiras na mochila. O suspeito, porém, diz que só sacou o estilete do bolso depois de ser baleado.

INQUÉRITO

Para o delegado, o inquérito está "praticamente concluído". Assim que finalizado, será enviado ao Ministério Público, que poderá ou não denunciá-lo à Justiça.

Segundo Pires Filho, um dos laudos da perícia aponta que o artefato que a polícia diz ter encontrado na mochila de Chaves se tratava de material incendiário.

O rapaz, entretanto, diz que o objeto, feito com latas de cerveja, pertencia ao outro jovem detido --ambos dizem ter se conhecido durante a manifestação.

"A gente vai esperar mais um tempo, mas ele vai ser indiciado. Os fatos estão aí", afirmou o delegado.

CÂMERAS

O delegado disse que a perícia feita nas imagens das câmeras de segurança que registraram a perseguição envolvendo o estoquista e PMs não mostram com precisão em que momento os disparos contra Chaves foram feitos.

Os policiais que atuaram na ação disseram que o primeiro tiro foi disparado só após o estoquista tentar atacar um deles com o estilete.

Segundo o defensor, no entanto, o rapaz agiu em legítima defesa. "Fabricio também não portava as bombas, vamos comprovar isso", disse.


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