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Ilustrada - em cima da hora/SPFW

Sem impacto, desfiles mostram as roupas certas para as vitrines

No 2º dia de semana de moda sobram looks fáceis de agradar, mas faltam novidades

Em apresentação na Oca, no Ibirapuera, Herchcovitch exibe sua desconstrução da imagem de Marilyn

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

Moda é roupa. Mas só roupa não faz uma coleção, muito menos um desfile. É preciso contar uma história, definir a imagem que será deglutida pelo consumidor.

No segundo dia da SPFW sobraram tecidos perfeitos e peças que valorizam o corpo. Mas o impacto que se espera de um desfile e a novidade passam longe da passarela.

Alexandre Herchcovitch, que abriu o dia com uma apresentação na Oca, parece ter sepultado os tempos em que moda era expressão de liberdade, traduzida em conceitos bem elaborados.

A criatividade do estilista foi para a vitrine. Looks fáceis de vender, nos quais foram usados tecidos difíceis como vinil, tyvek (feito com polietileno) e látex, formaram uma coleção que desconstruiu a imagem de Marilyn Monroe.

O sex appeal ia além de pele à mostra. Às vezes, parkas e casacos com brilhos cobriam tudo. Num truque bem amarrado de "styling", a alça das roupas caía sobre o ombro das modelos.

A mensagem: por trás da imagem intelectualizada da cliente há uma Marilyn Monroe escondida, sexy e frágil.

Intelectualizadas também foram as coleções de Patricia Motta e Giuliana Romanno.

Motta comemorou 20 anos de carreira com looks bem cortados, acabamento de zíper nas barras e nas costuras de algumas peças e o trabalho que sempre faz no couro.

A silhueta em "A" é o ponto de partida. A coleção, no Dia da Mentira, foi chamada "Verdade". "É a minha verdade, estilo que construí ao longo das décadas", diz Motta.

Também soa verdadeiro, porém datado, o desfile de estreia de Giuliana Romanno.

O esforço empreendido na pesquisa de materiais é um sinal de que a estilista está mais preocupada com o toque da roupa do que com sua mensagem. Joias minimalistas e roupas de lamê, jacquard e um neoprene dupla face compunham a coleção.

Já o baiano Vitorino Campos abraçou a estética dark e costurou looks versáteis no estilo garota da balada.

Silhueta justa, barriga de fora e transparência resumem a coleção.

A Uma foi a que melhor representou o conceito de "moda arte" definido pela organização. A estilista Raquel Davidowicz se inspirou no dadaísmo para criar looks descombinados, mas que, separados, são bem usáveis.

POSE DE FAMOSA

No mais, o dia foi de Irina Shayk, a russa que namora o jogador de futebol português Cristiano Ronaldo. Ela desfilou na Triton fazendo pose de celebridade.

Na passarela, o jeanswear da grife adquiriu ares românticos com flores impressas e tons pastel.

Os estilistas Karen Fuke e Igor de Barros mostraram roupas mais soltas do corpo e recortes que podem não agradar as garotas. No fim, elas só querem um bom jeans com camiseta da grife.

Não é à toa que alguns críticos defendem o fim do formato de desfiles. A ferrugem que sai da passarela repercute no mau humor evidente nos corredores esvaziados.


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