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Manuel Firmino Dias da Câmara (1937-2014)

Da Ilha da Madeira a Maringá

FABRÍCIO LOBEL DE SÃO PAULO

Uma posta grande de bacalhau grelhado acompanhado de brócolis, repolho, batata dourada e alho frito regados com muito azeite. Essa era a sugestão dada aos clientes que chegassem ao restaurante de Manuel da Câmara, o Taberna Portuguesa, em Maringá, no Paraná.

Não importa se o cliente fosse da velha guarda ou se estivesse no restaurante pela primeira vez. Logo, seu Manu sentava-se em sua mesa e iniciava uma conversa.

O papo certamente passaria por uma coleção de piadas de português. Portanto, piadas autodepreciativas, já que Manuel nasceu e cresceu na Ilha da Madeira.

Outra história que o cliente escutaria era sobre a vez em que se aventurou a ser o técnico do time de futsal de Maringá, em 1971.

Na beira da quadra, foi questionado pelo repórter sobre como sua equipe entraria em campo. "Um atrás do outro, é óbvio", respondeu Manuel. "Mas o que o time fará para ganhar?", insistiu o repórter. "Fazer mais gol que o outro time, meu querido", retrucou o português.

Ao final do almoço, o cliente poderia já estar dividindo uma cerveja com o dono do restaurante.

Tratar bem o cliente era imperativo no estabelecimento. "Cliente é igual ladrão, não tem hora para chegar. Então, temos que estar prontos a qualquer instante", dizia.

Seu Manu deixou a Ilha da Madeira aos 18 anos e seguiu para São José do Rio Preto, no interior paulista, onde conheceu Neuza Piagini. Com ela, já em Maringá, teve três filhos e cinco netos. Morreu no dia 25, aos 76, devido a complicações da diabetes.


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