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Ilustrada - em cima da hora/SPFW

Moda 'verde' e culto ao corpo dominam dia

Em desfile 'intimista', Paula Raia embarcou na pegada 'mãe terra' com palha, trançados manuais e tecidos crus

Ronaldo Fraga usou tecido biodegradável em coleção muito aplaudida, inspirada na obra de Portinari

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

Gisele Bündchen, que desfilou para a grife Colcci, fechou as atividades da quarta na São Paulo Fashion Week.

De resto, o dia teve culto ao corpo (como em qualquer verão), papo "sustentabilidade", tecidos biodegradáveis e até plantinhas de brinde.

Um ponto alto, em termos de espetáculo, foi a performance de Fause Haten no Teatro Faap. Ele mostrou ao público o bastidor de um desfile e exibiu roupas teatrais com tempero rococó, que pareciam inspiradas em representações brasileiras de santas.

Concisa, a coleção de Fause abusou dos tecidos de festa dos quais ele tanto gosta: tafetá e organza de seda.

Flores bordadas em capas de tapeçaria cobriam vestidos pink, limão e azul --para citar parte da extensa cartela de cores do estilista.

Quem abriu o dia foi Paula Raia, num desfile "intimista", apresentado para 150 pessoas lá mesmo em sua casa, no Jardim Europa.

De olho no mercado "de raiz", que gosta de palha, trançados manuais e tecidos crus enviados pela "mãe terra", como descreveu a própria Raia, ela entregou uma coleção "de rica".

As roupas variavam entre silhueta sereia e pitadas de "new look", com saia armada e parte de cima justa. A estilista abriu pequenas fendas nas peças, na altura das virilhas das modelos.

Combinando com o cenário verde dos jardins da residência, os convidados ganharam mudas de plantas.

Mais verde foi o desfile de Ronaldo Fraga, rei dessa moda que se pretende "sustentável". Ele desenvolveu um fio biodegradável que, ao ser jogado no lixo, demora pouco mais de um ano para se degradar, em vez de décadas, como o tecido normal.

"É o primeiro fio do tipo produzido no mundo e será explorado em outras bases", disse Fraga, que usou o material novo em vestidos inspirados na obra do artista brasileiro Candido Portinari (1903-1962).

Os acessórios do desfile de Fraga também agradaram: bolsa em formato de pipa e um sapato com salto de madeira, feito de tela de couro.

Padrões geométricos e desenhos bordados em tear mecânico reproduziam o mundo de Portinari. As roupas, muito aplaudidas, mostravam um trabalho minucioso de construção dos volumes.

PERFUME MEDIEVAL

Gloria Coelho desfilou uma coleção marcando os 40 anos da grife. Colocou na passarela todo aquele repertório de geometria, brilho e trabalho em couro que a fez famosa.

A alfaiataria veio com perfume medieval, em paletós sem mangas usados como armaduras combinadas com mínis. A pele à mostra surgia ora no tronco, ora no colo.

O tule finíssimo, quase invisível, segurou as aplicações de folhas metalizadas que adornaram os vestidos.

Também houve a estreia da marca Lilly Sarti na semana da moda, que mandou ver em franjas e mínis. Referências indígenas foram a desculpa das irmãs Lilly e Renata Sarti para criar os looks que mostravam quase todo o corpo.


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