Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Em RO, desalojados se negam a ir para barracas
Estado precisa retirar 1.487 famílias das escolas públicas onde estão desde fevereiro
Famílias alojadas em escolas e outros prédios públicos de Porto Velho (RO) se recusam a deixar os locais e se instalarem num abrigo com barracas de lona montado para elas pelos governos locais.
A Defesa Civil não sabe o que fazer com 1.487 famílias nessas condições. As escolas precisam ser desocupadas para que o ano letivo comece nessas instituições.
As famílias alegam falta de estrutura nas barracas e dizem que preferem ficar onde estão --algumas salas das escolas têm até ar-condicionado.
Já as 200 barracas erguidas pelo governo estadual e pela prefeitura não têm boa estrutura, segundo os desalojados.
As vítimas estão em 43 abrigos públicos. Além de ter afetado mais de 4.000 famílias, as fortes chuvas que atingem o Estado desde fevereiro também bloquearam estradas.
As barracas foram erguidas no Parque de Exposição de Porto Velho. Lá, também foram instalados banheiros químicos, lavanderia comunitária e restaurante. Um sistema de monitoramento de câmeras está em fase final de implantação e a Polícia Militar fará a segurança no local.
Na escola Maria Eliza, o pedreiro Antônio Farias da Costa conta com água e energia, além de ar-condicionado. "Não vou sair daqui para uma tenda. Eu e minha famílias só vamos sair na marra", disse.
"Não iremos usar de nenhuma força policial para desocupar os lugares. Vamos recorrer a outros órgãos e comunicar a OAB e o Ministério Público", disse o coronel dos bombeiros Demargli Farias.
Segundo ele, a previsão é que a remoção das famílias comece no domingo.
Antes, as equipes da Defesa Civil irão levar alguns desalojados pela enchente para conhecer o local e a estrutura disponível.