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Reitor diz que USP falhou e não deu a devida atenção ao campus leste

Dirigente fez carta com mea culpa; unidade está interditada por contaminação identificada em 2004

Reitor que inaugurou escola concorda que universidade deixou de tomar providências para evitar problemas

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

A USP decidiu fazer, institucionalmente, um mea culpa nesta semana pela situação na USP Leste: reconheceu que a unidade concebida para atender a população carente não recebeu a devida atenção da universidade.

A constatação foi feita pelo atual reitor, Marco Antonio Zago, que enviou uma carta à escola admitindo as falhas e a falta de providências.

O reitor que criou e inaugurou a unidade em 2005, Adolpho Melfi, disse à Folha concordar com a constatação.

A USP Leste está interditada há quase três meses pela Justiça, devido à contaminação do solo que pode causar risco à saúde e de explosões.

Os cerca de 5.000 alunos estão espalhados provisoriamente por quatro pontos, distantes até 30 km da escola, sem previsão para retorno à unidade, localizada em Ermelino Matarazzo, área com mais de quatro milhões de habitantes e que não tinha até então universidade pública.

"Estou certo de que a universidade não deu a devida atenção às várias advertências encaminhadas pela Cetesb e deixou de tomar as providências que poderiam ter evitado essa situação que hoje enfrentamos", afirmou o atual reitor, em mensagem enviada a estudantes, professores e funcionários.

Ao citar a Cetesb, Zago se refere às advertências dadas pela companhia, desde 2004, da necessidade da instalação de sistema de extração de gás metano no solo --equipamentos que até hoje não foram completamente instalados.

"Estou totalmente de acordo com a mensagem do reitor Zago", afirmou ontem o ex-reitor Adolpho Melfi.

Ambos estão em situação relativamente confortável para mostrarem tal posição.

O atual reitor assumiu só em janeiro deste ano, quando a Justiça já havia determinado a interdição. Há, porém, críticas à forma como ele conduziu o problema, como pela demora para definir locais provisórios para os alunos.

Já Melfi tem a seu favor o fato de que a escola começou a funcionar em seu último ano de gestão. E que a extração do gás deveria ter sido feita pelos sucessores.

Os reitores seguintes, Suely Vilela e João Grandino Rodas, não foram localizados ontem pela reportagem.

O terreno onde foi construída a USP Leste foi cedido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 2003.

À época, o então presidente Lula (PT) havia começado a expandir vagas nas universidades federais e privadas.

Desde o início da construção já se sabia da contaminação do solo da escola, apontam documentos da Cetesb e o próprio ex-reitor Melfi.


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