Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

TJ barra convênio da prefeitura com Einstein

Decisão liminar suspende assinatura de parceria para gestão do futuro hospital municipal Santa Marina, no Jabaquara

Ação questiona escolha; prefeitura defende opção, e hospital cita reconhecida experiência em saúde

ARETHA YARAK CIDA ALVES DE SÃO PAULO

O Tribunal de Justiça decidiu suspender a assinatura de uma parceria do hospital Albert Einstein com a Prefeitura de São Paulo. Ele faria a administração do hospital Santa Marina, no Jabaquara (zona sul), desapropriado pela gestão Fernando Haddad (PT) em dezembro passado.

A decisão liminar (de caráter provisório), publicada anteontem, é resposta a uma ação popular impetrada em março e que teve seu pedido negado na primeira instância.

O TJ determinou a suspensão imediata do convênio sob a alegação de que a prefeitura optou pelo Albert Einstein "sem qualquer análise e licitação do procedimento".

"A prefeitura está dando um bem público para um órgão privado administrar sem nenhuma concorrência", disse Frederico Cohrs, que trabalha na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e é autor da ação popular.

O Ministério Público também questiona a parceria e, há três semanas, abriu inquérito para apurar supostas irregularidades no convênio.

Ele argumenta que seria preciso um chamamento público para todos os interessados apresentarem suas propostas para a administração do hospital Santa Marina.

Na escolha do Einstein, a prefeitura primeiro recebeu a proposta do hospital, que depois foi usada como parâmetro para demais interessados.

"Foi o Einstein que impôs as condições e o município acatou, pedindo que quem tivesse propostas melhores as apresentasse", afirma o promotor César Dario Mariano.

Pelo projeto do Einstein, seriam abertos 260 leitos para atendimento pelo SUS -- com investimentos públicos ou isenções fiscais no valor de R$ 134 milhões por ano.

O município diz que a parceria não tinha repasse de verba pública e, por isso, não seria necessário chamamento.

Afirma ainda que a divulgação da proposta do Einstein foi um procedimento de transparência para manifestação de outros interessados.

Ontem, a prefeitura dizia não ter sido notificada da decisão do Tribunal de Justiça. Mas afirmou que o convênio "só será assinado depois de atender todas as recomendações do Ministério Público".

A principal delas, segundo o promotor, é a realização de novo chamamento, que "obedeça o princípio da isonomia". Segundo ele, na semana passada a prefeitura se comprometeu a refazer o processo e fazer uma audiência pública.

O Einstein informou que aguarda informações da Secretaria de Saúde e que desconhece detalhes da ação.

O hospital argumenta que já mantém uma extensa participação na saúde pública, com reconhecida experiência, e que pretende ampliá-la. Diz ainda que o município tem um deficit relevante de leitos e que a intenção com o Santa Marina é atender "a todos os princípios do SUS".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página