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Osvaldo Franco (1936-2014)

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Dino Franco unia graça e poesia

WALTER PORTO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Certo dia, o pai de Osvaldo Franco, exímio tocador de sanfona, saía de sua fazenda no interior de São Paulo quando sentiu um puxão no braço e ouviu: "Pai, me traz um cavaquinho"?

Eram os primeiros acordes, aos nove anos de idade, de uma das lendas da música de raiz do sertão brasileiro. Menos de 15 dias depois, a família já ouvia embasbacada o garoto tocar "Brasileirinho".

Com 16, Dino (como era conhecido) dominava a viola e o violão, que o acompanharam por toda a vida. Não teve poucos parceiros musicais ou romances, mas dizia ser casado e feliz com a música.

Após a morte do companheiro Mouraí, as irmãs de Dino o acompanhavam nas turnês em que apresentava suas modinhas de viola. Elas, assim como boa parte do público, jovem ou idoso, sabiam de cor suas letras singelas.

Uma das mais conhecidas, "Cheiro de Relva", foi concebida após o cantor acordar em uma "manhã de chuvinha gostosa". Pegou uma xícara de café e sentou em frente à velha máquina de escrever, como fazia todos os dias.

Dedicou algumas horas à letra e compôs a melodia de ouvido. No fim da tarde, a música somava-se às mais de mil que habitavam sua transbordante gaveta.

Caipira gozador, adorava contar histórias, como de quando comprou para o irmão um burro que empacava. Aconselhado por um curandeiro, passou pomada de pimenta no rabo do animal, mas esqueceu de montar. "Quando vi, o bicho tava pra lá do horizonte", dizia.

Morreu no último dia 4, de cirrose hepática. Deixa um filho e inúmeros fãs.


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