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Parentes de presos decapitados no MA são mortos a tiros

Irmão e pai de dois degolados em complexo de Pedrinhas, São Luís, foram assassinados em intervalo de duas horas

Polícia suspeita de ligação entre os casos com as mortes que ocorreram no presídio no final do ano passado

JULIANA COISSI DE SÃO PAULO

Dois familiares de presos decapitados no ano passado no complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, foram assassinados a tiros em um intervalo de duas horas.

A polícia suspeita da ligação dos dois casos ocorridos anteontem em São Luís com as degolações no presídio.

O primeiro assassinato aconteceu por volta das 16h.

Segundo a Delegacia de Homicídios, homens que estavam em um carro atiraram contra Marcone Pereira, 39, que morreu na hora.

Ele é irmão de Irismar Pereira, um dos três degolados no ano passado durante rebelião no CDP (Centro de Detenção Provisória) --barbárie gravada em vídeo pelos amotinados e revelada pela Folha no início deste ano.

Ainda anteontem, duas horas após a morte de Marcone, o vendedor de frutas Domingos Pereira Coelho, 58, foi assassinado em um bairro de São Luís a cerca de 15 km do local do primeiro crime.

Segundo testemunhas, dois motociclistas que escondiam o rosto passaram atirando e fugiram em seguida.

Coelho, morto enquanto trabalhava na sua banca de frutas, é pai de Dyego Michael Coelho, 21, outro degolado naquela mesma rebelião.

No início deste ano, o vendedor de frutas foi entrevistado pela Folha e falou sobre o assassinato de seu filho.

Naquele relato, ele afirmou ter feito questão de ver o vídeo no qual Dyego aparece degolado pelos presos.

"Eu não desejo para nenhum bicho o que meu filho passou. Nem para os próprios presos que o mataram", disse à reportagem, à época.

Naquela mesma entrevista, vestia uma camisa branca com a foto do filho e a seguinte frase: "No meu coração onde quer que eu vá".

Desde o início do ano passado, 67 presos foram mortos no complexo de Pedrinhas.

Diante disso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia desde o início deste ano uma possível intervenção federal no sistema penitenciário maranhense.

FORÇA NACIONAL

A tropa de choque da Polícia Militar e a Força Nacional de Segurança Pública têm atuado no complexo, mas sem sucesso para conter a onda de assassinatos de presos no presídio.

Ontem, o delegado Jeffrey Furtado, da Delegacia de Homicídios, não descartou que presos possam estar envolvidos nos dois assassinatos de familiares nesta semana.

Horas antes das mortes de Marcone e Domingos, segundo a Polícia Civil do Maranhão, detentos de Pedrinhas foram liberados para a saída temporária de Páscoa.

Ainda de acordo com o delegado, uma das suspeitas é que essas vítimas possam ter denunciado alguns presos relacionados à morte de seus familiares em Pedrinhas.


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