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Passeata em Copacabana depois de enterro de DG termina em tumulto

Cerca de 300 moradores da favela Pavão-Pavãozinho e policiais militares entraram em conflito

Manifestantes atiraram pedras contra PMs, que responderam com bombas de gás; um menor foi apreendido

OSNI ALVES ADRIANO BARCELOS DO RIO

A volta dos moradores que acompanharam o enterro do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26, o DG, à favela Pavão-Pavãozinho terminou em tumulto e correria ontem à tarde em Copacabana.

Manifestantes atiraram pedras contra policiais, que revidaram com bombas de gás e spray de pimenta. Um menor que jogava pedras nos policiais foi apreendido.

Cerca de 300 moradores, segundo a PM, voltavam em passeata de Botafogo, onde o corpo foi enterrado, pela contramão na avenida Nossa Senhora de Copacabana. Ao chegar na esquina da rua Sá Ferreira, lugar do confronto de terça, um desentendimento entre manifestantes e PMs deu origem a uma briga.

Dispersados pelas bombas de gás da PM, os moradores subiram a favela, seguidos pelo Batalhão de Choque.

Do alto da ladeira, grupos de manifestantes arremessavam pedras em direção à saída do túnel Sá Freire Alvim. Até a conclusão desta edição não havia relatos de feridos.

Gritando palavras de ordem como "Justiça" e "Fora UPP", os moradores tinham saído da favela pouco antes das 13h em direção ao cemitério São João Batista. Participavam manifestantes que costumam estar em protestos na cidade, como Elisa Quadros, a Sininho.

Em alguns momentos foram ouvidos gritos de "Não vai ter Copa" e " O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo".

Ao chegar ao cemitério, eles foram recebidos pela mãe de DG, Maria de Fátima da Silva. "Obrigada por não deixarem ele se tornar mais um Amarildo", disse, para logo em seguida acompanhar os manifestantes gritando "Fora UPP, matou o Amarildo e agora o DG".

O corpo de DG foi encontrado na madrugada de terça-feira nos fundos de uma creche na comunidade Pavão-Pavãozinho, zona sul do Rio. Ele levou um tiro nas costas, de autoria ainda desconhecida. Naquela noite, em protesto contra a morte, moradores fecharam as ruas, incendiaram pilhas de lixo e apedrejaram carros e prédios.

Um grupo de policiais da UPP ficou cercado no alto do morro, dentro da casa de um morador, e teve que ser resgatado por policiais do Bope.

ENTERRO

O enterro foi acompanhado por cerca de 400 pessoas. Enquanto o caixão era carregado por integrantes do Bonde da Madrugada, grupo de dança de DG, as pessoas cantavam de hinos evangélicos aos "funks proibidões".

Colegas do "Esquenta", programa da Rede Globo no qual DG trabalhava, compareceram. A apresentadora Regina Casé chorou ao lado do caixão e abraçada à mãe do dançarino."Se fosse uma pessoa que eu nunca vi na vida, que eu não conhecesse, eu ficaria chocada de qualquer maneira", disse Casé.

A atriz pediu rigor nas investigações. "Haja o que houver, seja quem estiver com a razão, a verdade tem que vir à tona o mais rápido possível."

"Estou me empenhando, assim como todos juntos, ao máximo, acompanhando de todos os lados. Fira a quem ferir, nós vamos saber a verdade e saber o que aconteceu", complementou Casé.


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