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Foco

Sem-teto dormem na Câmara de SP à espera de votação de plano

FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

Bandeiras, blusas e mochilas fizeram as vezes de travesseiros e cobertores para cerca de 50 sem-teto que passaram a noite de anteontem no plenário da Câmara Municipal de São Paulo. Eles aguardavam a votação do Plano Diretor no dia seguinte.

Deitados no chão, dormiram sob frio e claridade.

A analista de cobrança Milena Secundo Gouveia Pinheiro, 37, levou a filha Maria Eduarda, 5, para passar a noite no plenário. "Busquei ela [filha] na escola às 18h e depois jantamos. A gente dormiu aqui [na Câmara] com um amigo em um colchão inflável de casal."

Milena disse que ela e a criança ficariam no local até o final da votação do projeto. "Os vereadores já analisaram, agora têm de votar logo, senão a gente vai acampar aqui", afirmou;

Outros 50 membros de movimentos de moradia dormiram do lado de fora da Câmara para aguardar a votação, que só começou às 11h.

Durante a madrugada, o segurança Bruno Silva Costa, 25, foi à busca de papelão para forrar a calçada onde dormiu com amigos. "A gente se cobriu com pedaços de plástico e ficou bem perto um do outro para se aquecer com o calor do corpo", contou.

A autônoma Luzia Gonçalves Oliveira, 66, disse que queria ter dormido na Câmara, mas, após o conflito entre os manifestantes e a polícia anteontem, saiu do prédio. "Me perdi dos meus amigos no meio da confusão e acabei dormindo na rua. Estava muito gelado e não fechei o olho."

Do lado de dentro, a autônoma Cristiane Jota da Silva, 22, reclamou das acomodações. "As cadeiras são duras e o pior de tudo é que o pessoal da Câmara prometeu, mas não trouxe nem um café para nós", disse.


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