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Haddad admite regularizar invasão perto do Itaquerão

Em março, prefeito prometeu destinar outro terreno invadido por 8.000 sem-teto a habitações populares

Para oposição, fala do prefeito estimula novas invasões; prefeitura diz não saber quem é o dono de área ocupado

DE SÃO PAULO

O prefeito Fernando Haddad (PT) admitiu ontem a possibilidade de regularizar o terreno particular invadido no sábado por sem-teto a aproximadamente três quilômetros do Itaquerão, sede da abertura da Copa do Mundo.

A declaração ocorre pouco mais de um mês depois de ele prometer regularizar outra invasão, conhecida como Nova Palestina, na zona sul da capital paulista, onde vivem cerca de 8.000 famílias.

Como ocorreu em abril, o prefeito sofre pressão do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) para regularizar a invasão no Parque do Carmo, batizada de Copa do Povo, em alusão ao Mundial.

Na madrugada de sábado, cerca de mil sem-teto foram ao terreno em ônibus e carros e montaram centenas de barracas. Segundo o MTST, hoje já há 1.500 famílias no local.

Haddad disse que a área pode ser destinada à população de baixa renda caso o dono --não identificado pela prefeitura até ontem-- tenha dívidas de IPTU, como alegam os sem-teto.

"É possível [regularizar] e o momento seria agora. Eu pedi para apurar a situação fiscal, quem é o proprietário, se a área é possível para a produção de moradias", afirmou Haddad, que diz existir "pressão enorme" por habitação.

O líder do MTST, Guilherme Boulos, afirmou que o grupo agora voltará a pressionar a Câmara, onde apresentará uma emenda ao Plano Diretor para que o projeto inclua o terreno do Parque do Carmo --de 150 mil m²-- no mapa de moradias populares.

Na semana passada, um dia antes da aprovação do plano, os sem-teto entraram em confronto com a PM na frente da Câmara após a interrupção da sessão que discutia o projeto.

Em abril, o prefeito subiu num carro de som do MTST e prometeu transformar a Nova Palestina --invasão em área de preservação no Jardim Ângela (zona sul)-- em área de habitação popular.

Ele, porém, condicionou a medida à aprovação do Plano Diretor e sugeriu que os sem-teto cobrassem os vereadores na porta da Câmara.

Presidente da comissão responsável pelo Plano Diretor, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) disse que as "as palavras de Haddad são um estímulo a invasões".

"Já há áreas de interesse social suficientes, o que precisa é construir nelas. Ninguém precisa invadir", disse.

Presidente do Secovi (sindicato da habitação), Cláudio Bernardes, criticou os sem-teto. "Essa postura [invadir] é um perigo para a democracia. Reconhecemos a necessidade de moradia, mas invasão de propriedade é um ato ilegal", afirmou.

Hoje, um grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) iniciará uma marcha em Itapevi (Grande São Paulo) em direção à capital, onde farão um ato junto com os sem-teto para reivindicar moradia e reforma agrária. (CÉSAR ROSATI, GIBA BERGAMIM JR. E STEFANIE SILVEIRA)


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