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Polícia prende mais dois por morte de mulher em Guarujá
Ajudante geral admitiu ter golpeado a vítima com a roda de uma bicicleta quando ela estava desmaiada
'Não cheguei a matar', disse terceiro detido; ele foi identificado em imagens feitas por testemunhas do crime
O terceiro suspeito de participar do linchamento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33, foi preso na tarde de ontem em Guarujá, na Baixada Santista.
O pintor Carlos Alex Oliveira de Jesus, 23, foi identificado nas imagens feitas por testemunhas do crime, que ocorreu no sábado.
Ele aparece amarrando Fabiane pelas pernas, levantando sua cabeça e golpeando-a contra o chão. Jesus também chutou a cabeça da vítima.
A polícia solicitou sua prisão temporária por 30 dias.
Diante dos jornalistas, Jesus inicialmente negou sua participação no crime.
"Segurei a sua cabeça para ver se a reconhecia. Duas primas me seguraram e eu fui embora", afirmou.
Um policial interrompeu as declarações para afirmar que Jesus aparecia nas imagens e descreveu as condutas imputadas a ele. Depois disso, o pintor afirmou: "Não cheguei a matar. Foi muito rápido".
Ele disse que havia consumido cocaína antes do crime.
Na madrugada de ontem, a polícia já havia prendido o segundo suspeito de participar do crime.
Lucas Rogério Fabrício Lopes, 19, um ajudante geral, admitiu ter golpeado a cabeça de Fabiane duas vezes com a roda da bicicleta quando ela já estava "machucada e desmaiada".
Lopes também disse ter reconhecido um homem com quem jogava futebol, chamado Alex, que agrediu "muito" a dona de casa enquanto dizia para as pessoas: "É ela mesma, tem que matar".
"A acusação era que ela arrancava o coração e os olhos de crianças para rituais", disse Lopes em seu depoimento para a polícia.
O primeiro a ser preso por envolvimento no caso, na terça-feira, foi o eletricista Valmir Dias Barbosa, de 47 anos.
Ele confirmou sua participação no linchamento, mas se negou a indicar mais envolvidos no crime.
MAGIA NEGRA
Fabiane foi atacada e morta no último sábado ao ser apontada como praticante de magia negra e responsável por sequestros de crianças.
Os agressores a identificaram com um retrato falado falso que circulava desde abril por redes sociais.
O desenho, no entanto, não era dela, mas de uma mulher acusada por tentativa de sequestro no Rio de Janeiro há dois anos.
Segundo o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, há rumores de que Fabiane foi confundida ao oferecer uma fruta para um garoto. De acordo com ele, no entanto, até agora não há evidências de que isso de fato ocorreu.
