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Dona de casa recebeu bebê doente em Campinas

Recuperada, garota seguirá para adoção

DA ENVIADA A CAMPINAS

Ao ver a pequena Laura (nome fictício) no abrigo, Aparecida quase recuou.

Aos sete meses, a menina, que nasceu com má-formação e com o vírus HIV, foi diagnosticada com uma bactéria altamente resistente, enfrentou uma pneumonia e passou quatro meses na UTI.

Laura precisava de cuidados, mas ainda não podia ir para adoção --filha de uma usuária de crack, esperava-se que ela pudesse ficar com outros membros da família, até então não localizados.

A solução encontrada pela Justiça foi recorrer a uma "mãe acolhedora".

"Quando fui pegá-la, tinha uma farmácia inteira para levar para casa", conta Aparecida, casada e mãe de um menino de seis anos.

Um ano depois, a menina deixou os remédios e zerou a carga do vírus HIV. Recuperada, deverá ir para adoção.

Para Aparecida, o Dia das Mães é parte de uma despedida que já começou. "Tenho falado com ela, e estou me preparando também. É preciso aprender a ter desapego", relata Aparecida, que recebe orientações de psicólogos e assistentes sociais.

Em Campinas, sede de um dos primeiros programas de acolhimento do país, criado em 1996, "mães" provisórias abrigam filhos de usuários de crack ou vítimas de abandono, entre outras situações.

Rosely, 52, resolveu participar da iniciativa após ver em seu holerite uma propaganda do programa.

Junto com a família, passou por entrevistas e avaliações. Depois da seleção, foram alguns meses de reuniões, palestras e visitas de assistentes sociais.

Há um ano, chegou a sua casa Renata (nome fictício), aos 30 dias de vida.

Rosely criou uma estratégia para que a garota não perdesse a referência da família biológica: ensinou-a a acariciar uma foto da mãe.

Hoje, está feliz pelo que viveram juntas. "Esses dias ela me deu um abraço tão forte que eu até brinquei: já ganhei o presente do domingo", ri.Os sobrenomes de Aparecida e Rosely foram omitidos a pedido do programa de acolhimento de Campinas.


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