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Mais Médicos tem deficit de supervisão em dez Estados

Pelas regras, cada profissional deveria acompanhar no máximo dez médicos; em Goiás, eles cuidam de 21

CFM alega que falta de supervisores pode dar autonomia a bolsistas; governo afirma que carência é temporária

JULIANA COISSI DE SÃO PAULO

Os profissionais que atuam no Mais Médicos contam com uma supervisão insuficiente em ao menos dez Estados.

O programa é apresentado como uma das principais vitrines da gestão da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com o governo, para cada grupo de dez médicos, é preciso ao menos um supervisor para monitorá-los.

Nesses dez Estados, porém, a proporção está acima desse limite. Em Goiás, por exemplo, há um supervisor para cada 21 médicos.

Segundo o Ministério da Educação, responsável pela seleção de supervisores, essa carência é apenas temporária (leia ao lado).

Já para o CFM (Conselho Federal de Medicina), entidade crítica ao programa, a falta de supervisores compromete o atendimento à população nas unidades de saúde.

O supervisor é um médico escalado para acompanhar diretamente a atuação dos profissionais do programa.

Ligados a instituições de educação superior ou escolas de saúde, eles recebem do governo uma bolsa mensal de R$ 4.000 para tirar dúvidas dos profissionais e acompanhar a atuação de cada um deles nas unidades de saúde.

Ao final de cada mês eles elaboram um relatório com o desempenho dos médicos.

No final de março, segundo dados dos ministérios da Saúde e da Educação tabulados pela Folha, o país tinha 9.490 médicos do programa e outros 1.041 supervisores, sendo, na média, um supervisor a cada nove médicos.

Em alguns Estados, no entanto, essa proporção é menor. É o caso de Amazonas, Bahia e Rio Grande do Sul, por exemplo (veja quadro nesta página).

ATENDIMENTO

Para o primeiro-secretário do CFM, Desiré Callegari, a situação expõe os pacientes a um "mau atendimento".

"Se tiver menos supervisores para muitos bolsistas, o supervisor não vai dar conta de monitorar todos os médicos que, às vezes, precisam de uma resposta rápida em um atendimento", disse.

A situação, afirma, pode levar o bolsista "a ter uma certa autonomia para resolver sozinho situações urgentes".

Para Callegari, o limite de dez médicos por supervisor é adequado do ponto de vista didático e equivale à proporção utilizada no ensino em hospitais universitários e em residências médicas.

O conselho cobra essa fiscalização especialmente dos integrantes do Mais Médicos formados no exterior, em sua maioria cubanos.

Pelas regras do programa, esses médicos podem atuar no país, mesmo sem fazer uma prova que revalide os diplomas estrangeiros.


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