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Foco

Construção da estação Higienópolis deve começar até o final do ano

Três anos após protesto Churrascão da Gente Diferenciada, moradores evitam polêmica

DE SÃO PAULO

Três anos após a polêmica em torno de sua localização, as obras da futura estação de metrô em Higienópolis, bairro nobre da cidade, devem começar até o final deste ano.

O processo de desapropriação de imóveis foi iniciado.

A estação da linha 6-laranja ficaria inicialmente na avenida Angélica, uma das principais vias do bairro.

Após muita discussão e protesto de parte dos moradores, sua localização mudou.

No projeto final, as entradas da estação devem ficar nas ruas Sergipe, Avaré e na porta da Fundação Armando Álvares Penteado, perto da rua Alagoas (veja mapa).

De acordo com o metrô, a linha 6-laranja, que liga a Brasilândia, na zona norte, até a estação São Joaquim, na Liberdade, deve ficar pronta em 2020, a um custo estimado em R$ 9,5 bilhões.

Quando o projeto foi divulgado, em 2010, um abaixo-assinado que contestava a necessidade de uma estação de metrô no bairro circulou em diversos condomínios.

"GENTE DIFERENCIADA"

O documento era contra a instalação da estação na esquina da av. Angélica com a rua Sergipe, devido à proximidade de outras estações e porque a abertura aumentaria o "fluxo de pessoas na região" e poderia gerar "ocorrências indesejáveis".

Na época, a psicóloga Guiomar Ferreira, que morava e trabalhava no bairro, deu declaração à Folha que acabou gerando manifestações contra suposto preconceito de moradores da região.

"Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro", afirmou a psicóloga na época. "Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada..."

A expressão ganhou as redes sociais e rodas de debate, motivando o ato Churrascão da Gente Diferenciada, que em 14 de maio de 2011 reuniu cerca de 300 pessoas na av. Higienópolis.

O projeto acabou sendo modificado por "razões técnicas", segundo o Metrô, e não pela pressão dos moradores. A estação no bairro foi mantida, só que fora da avenida Angélica.

Atualmente, o problema em torno da estação arrefeceu e poucos querem falar sobre a polêmica do passado. José Luís Braz Leme, presidente do Conseg (conselho comunitário de segurança) Consolação-Higienópolis, avalia que tudo foi resolvido.

"As futuras estações já têm o espaço delimitado, o dano será o menor possível e os moradores já estão mais acostumados com a ideia. Não posso dizer que não existam mais os gente diferenciada', mas eles me parecem bem quietos nos últimos tempos", diz ele, referindo-se aos simpatizantes da opinião da psicóloga na época.

Já o cirurgião-dentista Milton Parron Junior, 55, que mora na região há seis anos, diz que ainda há muitos contrários ao metrô no local. "Muitas pessoas daqui reprovam a criação da estação. Sou uma exceção. Temos de pensar coletivamente, pois a estação vai beneficiar muitos moradores. As pessoas não podem ficar encarceradas nos seus próprios muros", disse.

A psicóloga Guiomar Ferreira não foi encontrada. Há três anos, logo após a repercussão de sua declaração, ela passou a evitar a imprensa. Danilo Saraiva, que organizou o Churrascão, não quis dar entrevista.


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