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Professores e servidores da USP decretam greve
Paralisação por tempo indeterminado foi marcada para a próxima terça (27)
Unicamp e Unesp fazem assembleias nesta quinta-feira (22); movimento é por 9,78% de reajuste salarial
Professores e funcionários da USP iniciam greve por tempo indeterminado na próxima terça (27) contra a proposta da reitoria de congelar a discussão sobre reajuste de salários ao menos até setembro.
A decisão foi tomada nesta quarta (21), após votação em assembleias.
Um grupo de 600 estudantes, segundo o DCE (Diretório Central dos Estudantes), decidiu entrar em greve em apoio. A decisão ainda será apresentada em assembleias em cada uma das faculdades.
Nesta quinta (22), professores e funcionários de Unesp e Unicamp, as outras duas universidades estaduais paulistas, também votam o indicativo de greve.
As duas categorias pedem 9,78% de aumento --inflação (6,78%) mais recomposição de perdas históricas.
Tradicionalmente, a reposição salarial ocorre em maio --em 2013, foi de 5,39%.
De manhã, em reunião com representantes dos servidores, o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) decidiu protelar as discussões sobre reajuste para setembro ou outubro. O órgão diz que o gasto com a folha de pagamento está acima do adequado.
É a primeira vez em dez anos que os professores da USP param por salário. Em 2004, a reitoria não concedeu reajuste aos docentes, que ficaram 65 dias paralisados.
Houve outras duas paralisações, mas não por questões salariais: em 2007, contra decreto do então governador José Serra que, alegavam, tirava autonomia das universidades; e, em 2009, contra a presença da PM dentro do campus da Cidade Universitária.
A Adusp (Associação dos Docentes da USP) acredita que a maioria dos professores vai aderir ao movimento --historicamente, as greves na universidade começam com baixa adesão, mas acabam ganhando força.
"A maioria esmagadora dos docentes votou pela greve", diz Francisco Miraglia, secretário do órgão. "A greve é um processo que se estabelece. Pela unidade até agora, acreditamos que essa será uma das greves mais fortes."
SERVIÇOS DE SAÚDE
Segundo o Sintusp (Sindicado dos Trabalhadores da USP), os serviços de atendimento médico ao público, como o Hospital Universitário, devem aderir aos poucos.
"O Hospital Universitário fará reuniões por turnos com os funcionários, mas o indicativo é de greve", diz Magno de Carvalho, diretor da entidade.
Segundo ele, a paralisação não afetará serviços de emergência e urgência. O cancelamento de consultas e de cirurgias eletivas deve ser feito de maneira progressiva.