Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Não há verba para reajuste, diz conselho de reitores
Comprometimento do orçamento com salários já é alto, afirmam dirigentes
Sindicatos querem aumento da cota de imposto estadual destinada às três universidades públicas
O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) afirma que o comprometimento do orçamento com a folha de pagamento das três universidades passou do adequado.
De acordo com os dirigentes, ele deveria estar próximo dos 85%, mas está em 95,42% na Unesp, em 97,33% na Unicamp e em 105,33% na USP --esta última já utiliza verbas de uma reserva especial.
Com isso, sobra pouco para investimentos e custeio.
Segundo reitores, reajustes acima da inflação nos últimos anos, além de contratações, são os fatores que mais pesaram no aumento de gastos.
Em quatro anos, conforme dados da reitoria da USP, o salário médio dos professores da instituição subiu 43% e o dos técnicos, 75%. A inflação no período foi de 27%.
Para professores e funcionários, existe verba para dar o reajuste.
"Está previsto no orçamento da USP um ganho financeiro de R$ 185 milhões em 2014. Esse valor paga aumentos salariais por sete meses", exemplifica Francisco Miraglia, coordenador do Fórum das Seis, que agrega sindicatos das três universidades.
A entidade defende o aumento da cota do ICMS destinada às universidades. Hoje, ela é de 9,57% do principal imposto estadual. O fórum defende 11,6%.
Para Miraglia, houve falta de planejamento dos reitores, uma vez que as universidades tiveram grande expansão desde 2005, mas não tiveram recursos adicionais. "Grande quantidade de dinheiro entra via ICMS e os reitores não enfrentaram essa questão."
Ele alega que os servidores não podem ser punidos por uma situação criada pelo fato de os dirigentes não terem se preparado.
